domingo, 24 de agosto de 2014

Você é Honesto?




Quanto??  Sempre ? Um pouco? Quando te parece importante?
Desculpe, meu amigo, isso não é honestidade, é oportunidade!! Temos o péssimo hábito de cobrar honestidade, menos corrupção, boas atitudes, que muitas vezes nós mesmos não fazemos.
Não existe pessoa meio honesta da mesma forma que não existe mulher "meio" grávida! Ou se é honesto ou não é e pronto! Se você é honesto apenas quando isso interessa a você, isso não é honestidade, isso é corrupção!!

No nosso dia a dia nos deparamos com situações corriqueiras que põe à prova a nossa honestidade em pequenas coisas. Furar uma fila, fazendo de conta que ninguém está vendo; pegar "emprestada" uma caneta que está num balcão; falar uma pequena mentira ali e acolá, achando que não tem gravidade; estacionar o carro em lugar não permitido; não devolver o troco errado para o comerciante que errou a conta; levar vantagem porque você é um cara popular e tem uma posição social ou amigos a vontade; etc, etc...
Tornou-se um hábito de cometer pequenos delitos desonestos sem que se perceba ou mesmo não se importando com as consequências. Culturalmente e socialmente se aceita e muitas vezes é até recomendado mentir ou omitir algo para não magoar as pessoas.
Você já parou para pensar no absurdo dessa constatação: Mentir para não magoar?!  Depois não adianta ficar querendo que nossos governantes, políticos, policiais, professores, médicos, ou seja lá quem for seja obrigado a ter atitudes honestas, se nós mesmos não as temos. A honestidade vem do respeito ao seu semelhante e de não tentar prejudicar ninguém em benefício próprio!

Nossos representantes maiores, os políticos, são apenas um retrato de toda uma sociedade que aceita e até procura ser desonesta somente para levar alguma vantagem pessoal.
Se você achasse um envelope no chão e esse envelope contivesse um maço de dinheiro junto com um nome ou identificação você devolveria o valor?? Se você hesitou em responder, sua honestidade não é verdadeira!
Sinto, meu amigo, você faz parte da grande maioria da nossa população onde o Brasil fica em 69° lugar em índice de honestidade segundo a ONG Transparência Internacional ( http://www.blogpenadigital.com/2013/01/no-ranking-da-honestidade.html )
 A nossa desonestidade só aumenta a cada dia com crimes, falcatruas, conchavos e maracutaias, coisa que vemos e ouvimos todos os dias. Com o passar do tempo pequenos desvios desonestos nem são mais considerados desonestidades e se acham mil e uma desculpas para deixar a honestidade em segundo plano.

Não adianta culpar as outras pessoas se nós mesmos aceitamos calados pequenas vantagens não merecidas. A culpa é nossa que nossas cidades e país têm tanta criminalidade e impunidade. Nós mesmos permitimos este aumento vil,  quando não coibimos e punimos com rigor qualquer ato errado e espúrio. O melhor ainda é nós mesmos sermos honestos, nos policiando e procurando sempre acertar e fazer o que é correto. Não dá para acertar sempre, mas quando notamos uma atitude nossa errada, o certo é SEMPRE voltar atrás e refazer de forma certa. Não existe outro caminho. Fazer o certo ou fazer o certo, esse é o caminho!
Não sou perfeito e nem você, amigo leitor, mas já é um bom começo tentar mudar nossas atitudes ensinando e principalmente fazendo somente o que é certo e honesto. Pode até parecer difícil no começo, mas as mudanças somente acontecem dentro de nós. Não adianta querer mudar meus filhos, vizinhos, esposa, marido, se eu mesmo não quero mudar para melhor.
 Ser honesto deixa você mais tranquilo, mais alegre, mais amigo, e com certeza seu sono, à noite, será muito melhor. Sua felicidade depende de sua honestidade, pois não adianta você ter muitas coisas se você sabe que elas não foram adquiridas com honestidade! Ou você acha que um ladrão dirige um carro tranquilamente sabendo que ele é roubado e pode ser reconhecido a qualquer momento. Ou então, se um assaltante começa a gastar um monte de dinheiro comprando coisas, e todos sabem que ele não trabalha e nem fonte de renda tem, mas fica aparecendo com muitas coisas novas.
A honestidade tem tudo a ver com transparência! Quem é honesto não tem medo de se expor ou de fazer as coisas que lhe dão prazer. O honesto é feliz e sua felicidade todos veem. Parabéns para você que é honesto e feliz,  é de pessoas assim que todos precisam como amigos e vizinhos. Seja honesto sempre, pode ter a certeza de que a sua vida vai ser sempre melhor e mais feliz!!

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Pesquisas de Opinião - Você Acredita em Tudo ?



Há poucos dias o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada),  divulgou os resultados de uma pesquisa sobre os estudos realizados sobre a violência contra a mulher no Brasil.
Essa pesquisa tem o título " Tolerância Social à Violência Contra as Mulheres". Foi realizada entre maio e junho de 2013 quando 3810 pessoas foram entrevistadas sobre o tema.

http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=1226&Itemid=68

O que chama atenção para o tema não é o tema em si, mas os índices divulgados inicialmente, e logo alguns dias depois o próprio instituto volta atrás e corrige seus números alegando uma suposta troca de gráficos que inverteu o resultado das pesquisas. Os índices apresentados tem uma variação de erro de 26 % -dados corretos segundo o IPEA, a 65 %-dados errôneos segundo o mesmo instituto.

Da mesma forma, nesta semana que passou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) não divulgou suas mais recentes pesquisas sobre a inflação e a renda no Brasil. Segundo o IBGE a divulgação foi suspensa após serem constatados erros nas pesquisas na ordem de 6 a 17 % principalmente na avaliação da renda da população.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/160965-pesquisa-suspensa-abre-crise-no-ibge.shtml

Os detalhes dessa pesquisa nem foram divulgados por ela ter sido abortada por solicitações superiores.
Um detalhe que não passa desapercebido é que tanto o IPEA quanto o IBGE são instituições ligadas e subordinadas ao Governo Federal. O IPEA é uma fundação subordinada a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e o IBGE fica sob a tutela do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

O que fica bem claro nesse contexto é a subordinação de órgãos de pesquisa à Presidência da República, e também a interferência governamental na divulgação e nos índices apresentados pelas pesquisas solicitadas. Com a justificativa de requerimento de informações solicitadas pela Senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Armando Monteiro (PDT-PE) pesquisa do IBGE simplesmente extinta enquanto no caso do IPEA a própria Presidente Dilma Rousseff estranhou o elevado índice de tolerância a violência contra as mulheres, gerando comentários que acabaram por "modificar" os dados apresentados.
Nos dois casos paira a suspeição de manipulação de dados para a possível "maquiagem" no resultado final, que em ambos se apresenta desfavorável a imagem política e social do Brasil.
O fato em si de institutos de pesquisas estarem subordinados a chefia governamental já não é bom indicador de confiabilidade, visto que essa subordinação possivelmente tem vícios e interferências que possam ajudar ou prejudicar qualquer objetivo ou intenção de idoneidade e transparência.


Assim, deve-se tomar muito cuidado quando da interpretação de qualquer pesquisa divulgada por qualquer instituto que seja, pois todas elas são realizadas por amostragem simples, onde num universo de mais de 200 milhões de pessoas na Brasil, poucas são entrevistadas, com um índice quantitativo girando em torno de 2000 a 10000 pessoas pelo país. Isso é uma porcentagem de apenas 0,02 a 0,04% da população brasileira o que de forma nenhuma demonstra com veracidade a realidade do país, seja qual o tema da pesquisa realizada. É preocupante essa interferência do estado na manipulação de dados que seriam importantes para a população se fossem verdadeiramente confiáveis. Essa ingerência inoportuna também mostra que o próprio governo sabe que a realidade é muito pior do que é apresentado de forma maquiada para a população, que dessa forma acaba sendo induzida ao erro acreditando nas pesquisas.

Pouco se leva em conta também onde e qual o segmento populacional que é pesquisado. Dependendo da região do país, da cidade ou mesmo de um bairro ou rua, os dados são facilmente mudados ou alterados, bastando para isso as pessoas serem de classes sociais diferentes, opções políticas diversas, etnias e até religiões das mais variadas. Não importa qual o instituto que faz a pesquisa, pode ser o IBOPE, DATAFOLHA, IBGE, ou outro qualquer,contanto que apresentem resultados claros e confiáveis sem interferência de ninguém, o ideal seria que fossem particulares e completamente isentos, independente de quem os contrata.
De outra forma servem apenas para confundir e enganar uma população já tão desacreditada e que infelizmente ainda não aprendeu a pesquisar e buscar sozinha suas informações. Saber filtrar e escolher com cuidado tudo que é apresentado nas mídias é um bom começo para aprendermos o verdadeiro significado da palavra democracia.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Brasil do Futuro - Expectativa x Realidade


Há décadas que se fala em todas a notícias que o Brasil é um país do futuro. Eu, pessoalmente, ouço isso desde criança, em pleno regime militar. Naquela época até que muitas obras de infraestrutura foram feitas, mas a um custo ambiental e social que hoje estamos pagando muito caro.
Um país de futuro só pode se projetar num futuro promissor se tiver planejamento a longo prazo, coisa quase inexistente no Brasil. Por aqui as obras são executadas quase sempre de forma emergencial e quando elas ficam finalmente prontas, já estão subdimensionadas ou ultrapassadas. Um bom exemplo disso são as famosas duplicações de rodovias. Como inicialmente elas já foram feitas de qualquer jeito, as duplicações acabam por acontecer quando já não são mais suficientes principalmente pela imensa demora na execução dos projetos.


No Brasil temos obras como a Ferrovia Norte-Sul que no seu projeto inicial deveria ligar a cidade de Belém-Pará à cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Sua extensão originalmente planejada seria de 4.155 km, mas até hoje aproximadamente 1.200 km foram executados. Isso que estamos falando do início das obras no ano de 1986 quando as primeiras obras iniciaram na cidade de Açailândia, no estado do Maranhão, ainda no governo do então presidente José Sarney. Hoje, quase 20 anos passados e muitos bilhões gastos, ela não funciona e pequenos trechos são executados a custos astronômicos. Um exemplo disso é a recente licitação entre as cidades de Anápolis - em Goiás, e a cidade de Porto Nacional do Tocantins, em um trecho com 855 km custará inicialmente a bagatela de R$ 4,2 bilhões. Significa R$ 4.923.976,50 por quilômetro de trilhos colocados e NÃO FUNCIONANDO!


Outra pérola de projeto é a famosa transposição do Rio São Francisco! O projeto inicialmente chamado de Integração/Transposição do Rio São Francisco foi elaborado ainda no ano de 1982, pelo extinto DNOS (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca) pelo então governo do Presidente João Batista Figueiredo. Hoje, 34 anos depois, apenas 60,6% das obras foram executadas do total dos 700 km previstos inicialmente,  segundo o Ministério da Integração Nacional , a um custo inicial de R$ 8,5 bilhões. Além de sucessivos reajustes no orçamento inicial, a obra é polêmica, pois desvia água do Rio São Francisco para irrigação e consumo humano, diminuindo ainda mais a vazão já comprometida do rio em diversos trechos!

Inúmeras outras obras como duplicação da BR-101, BR-116, pontes, represas, açudes, portos, etc, são planejados e orçados sem critérios e sem estudos adequados de viabilidade técnica e custo benefício. Vemos que não importando que governa o país, pouco valor se dá a planejamentos estratégicos de longo prazo no Brasil. Na maioria das vezes as obras executadas tem apenas fins de visibilidade eleitoreira onde o então governante quer ser lembrado para a posteridade pela inauguração da obra no seu mandato. Vemos casos esdrúxulos de obras sendo inauguradas diversas vezes, ou então inaugurações de pequenos trechos apenas para que isso conste no currículo do então governante.



Obras que são promessas já viraram lendas no Brasil como mais recentemente as também polêmicas obras da Copa do Mundo! Como não citar a mundialmente conhecida ( e inacabada) Rodovia Trans-Amazônica (BR-230) que iniciada no longínquo ano de 1972 no governo Médici, até hoje não foi concluída na sua extensão de 4223 km interligando 7 estados de leste a oeste.O projeto inicial era de quase 8.000 km ligando o litoral brasileiro até o litoral do Peru. Sucessivas reduções acabaram por encurtar a famosa rodovia e hoje ela "acaba" na cidade de Lábrea, no estado do Amazonas, quase chegando ao Acre.

Por que cito estes exemplos aqui? Para ilustrar que as promessas se sucedem governo após governo e nada muda na forma de executar e planejar adequadamente. Estes problemas estruturais não são prerrogativa do governo federal. Os governos estaduais e municipais repetem exatamente os mesmos erros de (falta) planejamento.
Atualmente passamos por problemas de falta de abastecimento de água em cidades de maior porte como São Paulo e Belo Horizonte. Sinto dizer, mas a culpa não é de São Pedro e da falta de chuvas. Esse problema só tende a se agravar cada vez mais pela falta de planejamento em infraestrutura, pois a demanda por serviços essenciais aumenta a cada dia e não é acompanhada da oferta desses mesmos serviços. Planejamento a longo prazo significa projetar uma política pública que atenda a população para os próximos 50 ou 100 anos. Fazer obras emergenciais par 2, 4 ou 5 anos não resolve o problema , apenas empurra a sua solução para daqui a alguns anos.

Ver como é relegado a segundo plano o o planejamento urbano, a mobilidade das cidades, a falta de projetos sustentáveis coisas que acontecem diariamente com as recorrentes notícias de falência dos serviços públicos, congestionamentos, abastecimento d'água, e consequentemente uma queda gradativa da qualidade de vida ofertada a população.
De nada adianta morar numa cidade onde existe consumo comercial e industrial se as pessoas nessas cidades não conseguem ser felizes onde moram porque não são atendidas nas suas necessidades mais básicas. O planejamento estratégico é função dos governos instituídos e obrigatoriamente ser executado de forma que contemple todas as necessidades dos cidadãos.
A população não aguenta mais tantas promessas não cumpridas e ficar esperando que o país seja apenas lembrado como um país do futuro. O futuro acontece agora e vemos diversos países pelo mundo mudando estratégias e ações de forma a melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos. O Brasil ainda patina na incompetência e tolerância a tantos desvios e má gestão de recursos públicos.

Seremos sempre um país que espera ser de 1° mundo!!  Afinal, o que é ser um país de 1° mundo?
Essa é fácil de responder: é ter QUALIDADE DE VIDA!! Mais nada. Todos estão cansados das eternas e não cumpridas promessas vindas de sucessivos governos não representativos e pouco atuantes e eficazes. Assim vamos sempre ficar apenas admirando outros países.
Planejamento é tudo! Ou então ficaremos sempre apenas nas promessas!!

domingo, 10 de agosto de 2014

Aterros e Lixões em Barra Velha


Todos sabem que há muitos anos a nossa querida Barra Velha tem "exportado" seu lixo para um aterro/lixão localizado na cidade de Brusque, distante pouco mais de 60 quilômetros ao sul daqui.
O que poucos sabem é que a empresa que coleta os resíduos sólidos na nossa cidade não faz a separação do lixo orgânico do lixo reciclável, compactando tudo junto dentro dos caminhões coletores, impossibilitando a reciclagem ou reutilização de muitos materiais secos que poderiam ter outro destino que não o aterro sanitário.

Já que estamos falando no assunto, você sabe qual a diferença entre aterro sanitário e lixão?
Não sabe? Pois bem, a diferença entre os dois é que no aterro sanitário é colocada uma camada de terra sobre o lixo(aterrar) e no lixão o lixo fica a céu aberto. Basicamente são a mesma coisa, apenas no aterro, o lixo fica escondido! Não podemos esquecer que lixo também são restos de construção, móveis e outros objetos diversos que não tem mais serventia.
Lixão na Pedreira abandonada de Itajuba
                                                   




Vamos ao que interessa: após Barra Velha contratar uma empresa para recolher o lixo, e pagar muito caro por isso, com o passar do tempo descobrimos que esta empresa faz uma seleção do lixo a ser recolhido. Veja bem, ela não faz a separação do lixo, mas ela escolhe qual lixo vai recolher!
Se o lixo estiver na beira da praia, fora da rota prevista pelo caminhão ou ainda for lixo "diferente", ele não é recolhido.
Nesses casos o cidadão que paga pela coleta tem que se virar, chamando catadores avulsos, chamando a Prefeitura para recolher o que deve ser recolhido ou então, na pior das situações, jogar o seu lixo em qualquer lugar!  Muitas vezes se vê o caminhão coletor passar direto pelas casas quando vê lixos"diferentes" como garrafas, plásticos, pneus, restos de limpeza de jardim, etc.  Será que isso não é lixo?
É claro que se houvesse separação seletiva do lixo, seria mais fácil, mas isso representa um gasto maior para a empresa que no fundo só quer lucrar.
Já se paga proporcionalmente uma tarifa alta comparativamente a outras cidades como Joinville ou Curitiba, onde o serviço de coleta e destinação é muito melhor e bem mais barato que por aqui. Nessas cidades têm coleta de materiais perigosos, tintas, solventes, medicamentos, pilhas e baterias, varrição, coleta de folhas e tudo a tarifas mais baixas que as daqui!

Depois de tudo isso resolvi investigar onde é depositado o lixo que a Prefeitura e os moradores acabam, por falta de opção, largando em qualquer lugar! Surpresa: descobri três (3) lugares, pode até ter mais!! Um é na antiga pedreira localizada no Bairro de Itajuba, no fim da R. Cirino Cabral subindo o morro à direita,  a outra é bem no centro na R. Walter Becker-acesso pela R. 1249 e finalmente a mais infeliz, pois se trata de área de preservação ambiental do Parque do Peabiru, nas imediações dos Bairros Vila Nova e Nova Barra Velha, perto das Ruas 2040, 2024 e outras.
O que mais surpreende é que muito desse resíduo sólido é depositado pela ou com a permissão da Prefeitura Municipal, numa clara infringência ao Artigo 47 da Lei 12305/2010.
Lixão nas proximidades da Rua Walter Becker-centro
                                                   

Aterramento de nascentes-crime ambiental

Os três locais visitados na cidade são áreas em recuperação ou de preservação ambiental, seja uma antiga pedreira desativada, um fundo de vale onde havia nascentes e um pequeno córrego e um Parque Ambiental ainda não implementado pela morosidade e burocracia legal ou outro impedimento qualquer.
A tentativa de encobrimento do lixo com terra e outros materiais se faz evidente nos locais de deposição demonstrando com clareza a vontade de esconder do público a prática criminosa  de lançamento de lixo constatado.
Descobrimos também que o lixo que a empresa contratada por Barra Velha não recolhe nas praias, vai para estes locais após o recolhimento feito pela Prefeitura. Não é admissível o Município possuir uma empresa contratada legalmente para a coleta e destinação final do lixo e esta empresa não executar esta coleta de forma satisfatória, adequada e completa. Com isso, induz a municipalidade em crime ambiental quando o lixo é arremessado em local inadequado.

Diversos quesitos de lei estão sendo desrespeitadas pela Municipalidade de Barra Velha, começando pela não elaboração de Plano Municipal da Gestão de Resíduos Sólidos, Artigos 18 e 19 da Lei 12.305, onde o município perde recursos da União pela não apresentação desse plano de manejo em tempo hábil, fato que esgotou o prazo em 2 de agosto de 2012, ou seja há dois anos atrás. No escopo das Leis 12.305/2010 e 9.605/1998 há as responsabilizações e penas a serem aplicadas aos agentes públicos e privados que não a cumprirem, e que nesse caso, para o responsável administrador público municipal pode chegar a multas e afastamento com a perda do mandato bem como outras sanções.
Lixão no entorno e Parque Peabirú -Vila Nova e Nova Barra Velha







Infelizmente apenas 776 cidades de quase 4800 existentes no país praticam a coleta seletiva e a reciclagem organizada. Todas as outras, inclusive Barra Velha e a maioria na nossa região, correm o risco de terem seus prefeitos incluídos em improbidade administrativa pelo não cumprimento da lei que tem como data limite o dia 2 de agosto de 2014.
Triste é saber que com a correta aplicação da Lei, os municípios gerariam empregos e renda para muitas famílias, pois em cooperativas corretamente implementadas em parcerias, muita informalidade poderia ser extinta com a humanização dos trabalhos. Também se perdem recursos federais de diversas fontes pelo não cumprimento das leis, fontes essas que manteriam todo o projeto e sistema de gestão de resíduos sólidos funcionando de forma autônoma e independente.
Vemos alguns bons exemplos, como a cidade de Porto Belo, onde foram instalados pela Prefeitura pontos de recolhimento de recicláveis chamados de PEVs (Ponto de Entrega Voluntária). Somente no primeiro mês de funcionamento desses pontos foram recolhidas 24 toneladas de lixo reciclável que após reaproveitamento gerou recursos e benefícios para a cidade.

Dessa forma Barra Velha como muitas outras cidades perde, e com ela perdem os cidadãos pagadores de impostos e taxas que não veem com muito otimismo soluções para esse crescente problema que é a correta gestão dos resíduos sólidos, lixo e também do esgotamento sanitário.