terça-feira, 31 de julho de 2018

Projeto Acqua Mundi




     
     A vida é uma alternância de projetos, sonhos, realizações e conquistas. Muitas pessoas projetam pouco, sonham menos ainda, não planejam nada e com isso as realizações e conquistas acabam sendo esquecidas ou mesmo simplesmente ignoradas. Muitos nos conhecem do nosso comprometimento com o meio ambiente a mais de duas décadas na nossa cidade. E agora compartilhamos um sonho.
     Exatamente daqui a 6 meses começaremos a realizar e viver mais um sonho. Planejado sim, mas um sonho é sempre viver com antecipação uma grande vontade de fazer algo com satisfação. Nosso sonho pode parecer loucura para alguns, temeridade para outros, mas preferimos ficar com a sensação de estar fazendo aquilo que nos faz felizes.
     Viajar pelo mundo de carro, morando no carro e conhecendo com mais profundidade a realidade que acontece sobre nosso planeta é o que nos move. Acreditamos com convicção de que a água é vida, e dessa forma a coisa mais preciosa que possuímos. Você sabe o que está acontecendo com a água no nosso planeta? Como estamos usando ela? Estamos fazendo a correta gestão no uso, reuso e descarte da água sobre a terra?


     Essas perguntas sempre nos levam a respostas generalizadas por amostragem ou pesquisas que não temos a certeza de refletirem a realidade que ocorre. Buscar conhecer “in loco” (localmente) as verdades sobre o tema de forma que consigamos entender e fazer a nossa parte para melhorar o “status quo” sempre norteou minhas matérias nessa coluna do Jornal Folha Parati.
     O Projeto Acqua Mundi nasceu a quase um ano atrás e pretendemos que se estenda por mais dois ou três anos. Em 2019, pretendemos subir pela América Central, cruzar os Estados Unidos e Canadá, para finalmente alcançar a parte mais setentrional (ao norte) das Américas, mais precisamente o Oceano Ártico. Depois de voltar a cruzar o Canadá e EUA no sentido norte sul, pretendemos alcançar a costa leste Norte-Americana e embarcar o carro para a Europa, já em 2020.  Essa continuação tem seu roteiro ainda não fechado pois tudo depende de qual época do ano, e clima que teremos quando da nossa chegada.


     O Acqua Mundi está tornando-se um projeto técnico a partir da parceria técnica que estamos formatando com a Univali ( Universidade do Vale do Itajaí), através do amigo Marcus Polette (Diretor da Escola do Mar, Ciência e Tecnologia) no sentido de transformar todos os dados coletados em informações confiáveis na sua forma estatística, quantitativa e qualitativa. A nós não bastaria viajar por viajar. Sempre precisamos dentro de nós buscar o aprendizado e compartilhar tudo que sabemos de forma a tornar nosso mundo melhor.
     Custos? Sim, altos! Patrocínios? Difíceis! Vivemos num país onde a cultura e conhecimento são de difícil compartilhamento e entendimento. Nossos deslocamentos serão custeados por nós mesmos depois de muito planejamento e pesquisas. Nossa expectativa e sonho é produzir um livro com esta experiência e os dados mais relevantes de interesse ao grande público. Como fazer isso? Fazendo com que as pessoas e empresas acreditem que participando junto conosco poderemos fazer um mundo melhor.


     Estamos vendendo kits (camisetas+adesivos+copo+livro) ou apenas o livro, ou ainda o kit sem o livro, de forma que possamos custear a produção desse livro. Os custos são bastante altos e precisamos muitos colaboradores contribuindo e acreditando que se cada um participar poderá mudar o mundo. Muitas vezes ficamos frustrados pelo fato de que nosso povo pouco acredita em bons projetos sustentáveis e culturais, mas poderíamos apenas viajar sem fazer mais nada que seria muito mais fácil. Acontece que nada que é muito fácil tem significado e tentar mudar maus hábitos é e sempre foi um dos nossos motivadores.

Apoiadores-Militec - Barracas Blue Camping e Top Motor Homes
     Estamos buscando apoiadores e possíveis patrocinadores para concretizar de forma segura esse projeto. Qualquer apoio será bem-vindo. Equipamentos de informática, telefonia, roupas, acessórios, equipamentos de pesquisa sobre a água, e tudo o mais para o sucesso dessa empreitada. Se alguém quiser contribuir com valores monetários, sugerimos a compra dos nossos kits acima descritos de forma a canalizar os recursos para fazer nosso livro, onde todos que contribuírem serão citados e com suas fotografias eternizadas nas suas páginas. Quer satisfação maior de ser co-parceiro num projeto auto-sustentável e ainda ser para sempre lembrado como um colaborador!
     O Projeto Acqua Mundi é uma prioridade! Para todos! Não basta apenas saber, é preciso fazer algo agora pela saúde e vida do nosso planeta. Faça a sua parte, abrace essa causa e venha conosco por um mundo melhor. Seja ACQUA MUNDI.
Para informações sobre a venda dos kits, parcerias e patrocínios, entre em contato conosco pelos fones/whatsapp 47- 99964-4679 – Marcos  -        47-99623-1564 – Marianne – ou pelo nosso site www.viagemfamilia.com.br    redes sociais -  Facebook/viagemfamilia – Facebook/acquamundi  -  Facebook/Marcos Junghans   -  Facebook/Marianne Kollarz Junghans
Logo estará a disposição o Instagram do Projeto Acqua Mundi-aguardem

Roteiro do primeiro ano de viagem-2019

                              

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Erosão Costeira


     

     Alguns dos assuntos cada vez mais recorrentes em muitas mídias são as mudanças climáticas e o aquecimento global.

     Não existe muito consenso sobre os temas, pois algumas vertentes dizem que as mudanças são decorrentes de ação direta ou indireta do ser humano sobre o planeta. Outros defendem a tese de que as mudanças percebidas cada vez com maior intensidade, são eventos cíclicos que ocorrem naturalmente a cada Era Glacial ou apenas a normal evolução transformativa pela qual o planeta está passando.
     Teorias a parte, em cidades costeiras, são percebidas algumas mudanças nas ações dos mares e oceanos nas superfícies costeiras, com mais visibilidade nas praias, costões, falésias e promontórios. Basta observar a recorrência cada vez maior de marés intensas, ressacas marinhas motivadas por ciclones ou anti-ciclones que influenciam no direcionamento e força das correntes marítimas. Essas mesmas correntes acabam por alcançar a costa onde produzem efeitos muitas vezes devastadores.
     Até a poucos anos atrás, as correntes marítimas eram bastante conhecidas bem como as suas incidências. De uns tempos para cá muitas dessas correntes marítimas sofreram mudanças de direcionamento e isso acaba produzindo ações erosivas nas praias. A erosão costeira marinha é um dos sintomas mais evidentes das mudanças climatológicas sobre o planeta. O Brasil tem uma costa caracterizada por praias arenosas e falésias sedimentares (70%) e costões rochosos e promontórios magmáticos vulcânicos (30%). Essa característica de costa menos consolidada e com areia, faz com que a erosão seja muito mais intensa e percebida, causando expressivas alterações no perfil costeiro marinho brasileiro.


     O secular costume de ocupar regiões limítrofes ao oceano com cidades, lugarejos ou vilas, sempre com a edificação de casas muitas vezes sobre dunas ou áreas não estáveis ou consolidadas acaba por expor a fragilidade e insegurança de grande parte da nossa costa. As mudanças dinâmicas proporcionadas por ações da natureza acabam impactando diretamente nas vidas dos habitantes dessas regiões afetadas. Atitudes paliativas como a construção de barreiras artificiais como espigões, quebra-mares, muros marinhos (seawalls) e outros artifícios tentam minimizar ou mesmo domar o avanço inexorável do mar em todas as regiões do planeta. Existem casos onde ilhas inteiras estão cogitando a evacuação pois o avanço das marés está tornando lençóis freáticos contaminados e salobros inutilizando a água doce do subsolo para consumo.
     Outra tentativa de conter o avanço do mar é a alimentação artificial de praias e dunas, processo popularmente conhecido como engorda da costa. A manutenção e replantio de vegetação de restinga também é um dos caminhos escolhidos de forma a retardar a erosão costeira que a cada dia se faz mais presente nas praias do Brasil e do Mundo. Não existe fórmula mágica para conter o avanço do mar sobre a parte terrestre. O melhor caminho é evitar a todo custo fazer a ocupação de áreas ao longo da incidência direta dos oceanos, respeitando-se uma distância razoável para que haja o natural balanço sedimentar.
     O balanço sedimentar nada mais é do que o eterno vai e vem das areias retiradas de um lugar e depositadas em outro. Outra forma de equilibrar o balanço sedimentar é proveniente dos rios e das dunas, que de forma natural trazem e depositam na costa grandes quantidades de areia, transportadas pela água e pelos ventos. Sem a alimentação dessa areia pelos rios e ventos o balanço sedimentar torna-se negativo produzindo cenas às quais estamos ficando cada vez mais acostumados.


      Toda costa litorânea de Santa Catarina tem sido fortemente impactada ultimamente com a erosão costeira. Recentemente visitando a Ilha de Florianópolis pude constatar praias como Canasvieiras, Ingleses, Daniela, Jurerê e até mesmo Santo Antônio de Lisboa que fica no mar interior, bastante afetadas pela erosão e consequente diminuição da faixa de areia. A costa norte, sabidamente de Navegantes até Balneário Barra do Sul, passando por Barra Velha também tem apresentado uma erosão costeira bastante significativa, impactando diretamente na vida dos habitantes e de turista. Casas que antes ficavam bem próximas ao mar hoje tem suas estruturas destruídas ou danificadas e devem ser desocupadas antes que possam causar danos fatais.
     Impedir o inevitável avanço do mar sobre a costa é impossível. Todas as ações humanas não terão efeito duradouro por melhor que sejam a tecnologia e os materiais utilizados. Respeitar e antever os prováveis eventos causadores da erosão costeira é atitude a ser tomada de imediato. Ocupar com construções regiões de risco onde sabidamente as ações dos elementos da natureza estão agindo não é demonstração de sabedoria pois o tempo e as mudanças temporais e climatológicas irão sobrepor-se à vontade humana de qualquer forma. Cabe a nós tomarmos as decisões corretas.
    


sábado, 14 de julho de 2018

Combustíveis Fósseis – Entenda Um Pouco Mais Sobre o Tema




Nada mais atual do que procurar entender o que acontece sobre nosso planeta e nosso país.  Nos últimos dias a gasolina, óleo diesel, GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), entre outros combustíveis, mais uma vez viraram centro das atenções.
Não é a primeira vez que problemas e crises acontecem quando o assunto é o petróleo. Quem não se lembra das décadas de 1970 e 1980 quando imensas filas se formavam diante dos postos de combustíveis motivadas pela falta ou altos preços dos derivados de petróleo. Agora, décadas depois,  novamente paralisações, problemas, confrontos e até agressões acontecem na disputa pelo “ouro negro”!
Mas afinal o que é o petróleo?  A explicação científica mais aceita é que se trata de um acumulado de restos de seres vivos, animais e vegetais, que ao longo de milhões de anos foram se decompondo dando origem a essa massa escura e viscosa tão disputada atualmente.  Essa matéria orgânica em decomposição foi sendo lentamente empurrada para as profundezas onde condições elevadíssimas de temperatura, pressão e ausência de oxigênio transformaram essa massa em um material confinado entre rochas. Este material com decomposição muito lenta adquiriu características únicas seja pela singularidade de sua localização ou de matéria da qual foi constituída.
O nome petróleo, do latim, significa “óleo entre as pedras” (Petrus+óleum). E com o passar dos milênios foi sendo descoberto, transformado e utilizado pelo ser humano em suas mais variadas formas. É um produto de origem fóssil não renovável, sendo que muitas de suas reservas estão lentamente se extinguindo pelo uso indiscriminado. As formas mais conhecidas de utilização do petróleo é sua transformação em combustíveis para veículos, aeronaves, trens, navios entre outras. Também material essencial para a fabricação de plásticos, borrachas e seus assemelhados.


O querosene foi o primeiro subproduto comercialmente utilizado do petróleo, em substituição ao óleo de baleia, largamente utilizado para lampiões e iluminação pública.  Logo em seguida vieram a gasolina e óleo diesel já no século XIX.  O primeiro poço de petróleo moderno foi perfurado em 1846 no Azerbaijão, mas há registros que o célebre navegador Marco Polo em 1270 já teria tido contato com esse material na cidade de Bacu-Azerbaijão. Mas foi a partir do século XX que o petróleo teve uma explosão no seu consumo principalmente como combustível de automóveis e caminhões.
No Brasil apenas em 1932 foi construída a primeira refinaria na cidade de Uruguaiana-RS. O primeiro poço de petróleo foi descoberto no bairro de Lobato na cidade de Salvador-BA, em 1939. Até então todo o petróleo que o Brasil consumia vinha de outros países, entre eles o Chile.  Não são todos os países do mundo que tem reservas petrolíferas, e esse fato tem proporcionado muitas disputas e guerras pela sua posse. Os preços são regulados internacionalmente por diversas agências, e com o aumento do consumo e diminuição das reservas, a especulação financeira trata de elevar preços com o simples objetivo de faturar mais dinheiro.
A queima de combustíveis fósseis como fonte energética produz o Dióxido de Carbono, que junto com o Metano são os principais  responsáveis pelo efeito estufa e acidificação dos oceanos com a absorção deles pelas águas marinhas.  Outro grave problema sobre o tema são os possíveis vazamentos do produto durante sua extração, refino, transporte e distribuição. Apesar de ser um produto de origem fóssil, a sua composição química foi alterada e seus componentes são hidrocarbonetos que não são solúveis em água, e com isso produzem os já conhecidos problemas quando de algum acidente no seu manuseio.


O que fica padrão é o pouco interesse dos governos mundiais e nacionais na eventual tentativa de buscar outras fontes de energia mais limpas e renováveis que possam substituir o petróleo. Não é concebível que um país como o Brasil produza ainda energia elétrica em usinas térmicas alimentadas com petróleo. Na década de 1980 numa combalida tentativa de arrumar um substituto para o petróleo utilizado em veículos, foi desenvolvido o PROÁLCOOL, programa que pretendia incentivar e incrementar a substituição gradativa do uso da gasolina e óleo diesel em veículos automotores.  Por razões que somente o povo e o governo brasileiro podem explicar esse ótimo modal energético praticamente foi abandonado. Apesar de quase 80 % dos veículos brasileiros serem atualmente fabricados com tecnologia flex (consomem gasolina e etanol), a produção e comercialização do etanol/álcool não conseguiria suprir a demanda apresentada, e também os preços praticados não tornam a substituição da matriz energética viável e acessível.


Diversas conclusões podem ser tiradas dessa equação que se apresenta na atualidade: A primeira e mais impactante é a incapacidade repetitiva de governantes em estabelecer políticas públicas de planejamento estratégico em longo prazo de forma a contornar definitivamente a questão dos combustíveis fósseis.  A segunda e não menos importante é a questão financeira da cadeia produtiva. Questões tributárias, mercantilistas, protecionistas e monopolistas carregadas de suspeição pairam sobre os preços, produção e distribuição dessa fonte energética tão necessária na atualidade.
Onerar populações imputando a elas a responsabilidade pelas mazelas oriundas da utilização de combustíveis fósseis, seja a falta do produto, seja o preço ou mesmo a poluição ambiental por ela causada, demonstra o total desgoverno ao qual estamos presentemente expostos. Precisamos urgentemente de governos, e que eles venham com efetivas políticas de estado que atendam a sua população.



quinta-feira, 5 de julho de 2018

A Ecologia Aplicada na Construção Civil




Cada dia que passa a população cresce. Somos hoje quase 8 bilhões de pessoas sobre a face da terra, e desses, bilhões todos, aproximadamente 207 milhões vivem no Brasil.
O Brasil é um país com densidade populacional relativamente baixa levando em consideração sua extensão territorial, mas apesar disso a grande maioria dessa população vive em casas e edifícios nas cidades. Fora dos grandes centros, as residências predominantes ainda são uni familiares e localizadas longe dos confortos e luxos aos quais a população urbana tem acesso.  Essas mesmas casas ainda são construídas na sua maioria de madeira ou argila. Materiais baratos e acessíveis à população que vive nessas regiões remotas como Amazônia e sertão nordestino.

Destruição de morro com vegetação para extração de saibro
Nas cidades a esmagadora maioria das residências é construída de alvenaria, tijolos, pedras e outros materiais nobres. Por falar nisso, você sabe o que significa alvenaria? A palavra alvenaria vem derivada da palavra alvenel = pedreiro, que tem sua origem na língua árabe. Alvenaria é a justaposição ou junção de materiais toscos (pedras, tijolos, areia, etc) de forma a com elas erguer paredes de forma estrutural.
Nas cidades ou regiões remotas o uso de materiais retirados da natureza com o objetivo de urbanização ou construções nem sempre segue metodologias ou materiais adequados, seja na sua composição seja na quantidade ou qualidade.  Todos os materiais utilizados na construção civil são retirados na sua forma bruta da natureza. As madeiras para caixarias, tábuas para paredes, areia, cimento, calcário, barro para tijolos. Com o recente advento e incremento cada vez maior por casas e moradias, o meio ambiente acaba sendo a primeira vítima das construções e edificações civis.

Aterramento de nascente com entulho da construção civil
Com exceção de algumas madeiras com origem certificada de reflorestamentos, a matéria prima utilizada nas construções sempre agride de alguma forma o equilíbrio ecológico. Pedras retiradas de pedreiras, cavas de areia retiradas dos rios, árvores cortadas para tábuas, portas e janelas,  ferro ou alumínio estrutural ou em esquadrias, cimento, água, enfim tudo que temos nas nossas casas foi suprimido da natureza de forma irremediável.  Encontrar um equilíbrio entre o uso correto e a não degradação do ambiente que nos rodeia é muito importante. Não desperdiçar, buscar alternativas sustentáveis, reutilizar reciclando materiais considerados inservíveis é um bom caminho.

Extração desordenada de areia dos rios
A tecnologia e a reutilização de materiais aplicados na construção civil também são bons caminhos para seguir de forma que não esgotemos as fontes de matéria prima. Hoje é muito raro encontrar alguns tipos de madeiras nobres que antes eram utilizadas nas estruturas de telhados e esquadrias.  Madeiras como imbuia, jacarandá, ipê, itaúba estão praticamente extintas pelo seu uso indiscriminado seja em móveis ou imóveis. As antigas técnicas de executar caixarias de madeira-estruturas que serão preenchidas com concreto-lentamente está sendo substituída por formas de metal reutilizáveis indefinidamente.
Um dos principais vilões no uso de matérias primas retiradas da natureza ainda é o desperdício e a falta de técnicas adequadas na execução de obras da construção civil. Cada prego, cada metro cúbico de areia desperdiçado, cada tijolo quebrado é custo ambiental e financeiro na execução de casas e prédios de apartamentos. O que ande engatinha no nosso país é a utilização de matéria prima reciclada nesses processos construtivos. É enorme a quantidade de entulho “inservível” resultante dos restos da construção civil que são depositados de forma irresponsável em terrenos abandonados, margens de rios e lagos e até em nascentes de cursos d’água. Maus exemplos como esses são facilmente observados na nossa cidade em todos os bairros.
Dessa forma a tão almejada construção pode tornar-se uma grande dor de cabeça. A legislação, tão deixada de lado, é bem clara com relação ao depósito de resíduos sólidos sem o devido cuidado e tratamento. Todo o processo legal sobre o tema está contemplado na PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) Lei Federal n° 12.305, onde as responsabilidades, penalidades e metodologias estão perfeitamente explicadas para que sejam cumpridas. Basta de achar que a responsabilidade de um construtor termina na entrega da obra. O poder público também se exime ou é leniente  quanto ao cumprimento das legislações ambientais no que tange a construção civil e suas obrigações pós-construção. Não basta haver algum rigor na permissão e expedição de licenças ambientais permissivas às construções. É necessário um rigor ainda mais contundente com os resíduos e descartes provenientes dos empreendimentos imobiliários construtivos.
Nosso país carece de moradias para o segmento populacional menos afortunado. Não seria essa a hora já tardiamente de que a legislação fosse aplicada e cumprida de forma a que todos possam ser beneficiados. A reciclagem e reutilização de materiais até então considerados “entulho” já é realidade em muitos países. Precisamos fazer o certo. Para o bem de todos.

Entulho de construção despejado a margem de um rio