terça-feira, 11 de setembro de 2018

Replantando Vida – Por Uma Cidade Melhor


     
Mudas de árvores nativas da Mata Atlântica sendo replantadas
     O tempo passa e o ser humano busca a cada dia mais espaços para ocupar. A densidade populacional aliada ao desejo de transformar a necessidade de moradias em negócio lucrativo as vezes cobra um preço alto demais.
     Muitas áreas urbanas já degradadas anteriormente são deixadas de lado por motivos que vão do pouco interesse paisagístico ou apenas pela preguiça e desinteresse. Nesse meio tempo a população busca de forma desenfreada um local para construir sua moradia. Mas na maior parte das vezes o local escolhido não é próprio para ser habitado nem mesmo legal e desobedece a legislação vigente. Áreas de encosta, perto do mar, ao lado do rio, numa baixada, todos locais impróprios ou de risco que acabam sendo ocupados seja pela ignorância ou seja pela cobiça. De qualquer forma locais errados a serem urbanizados e utilizados.
     A poucos anos uma região linear limítrofe ao Rio Itajuba no bairro de mesmo nome foi indevidamente ocupado por pessoas que se acharam no direito de invadir as margens do rio para construírem suas casas. Sem pagamento de impostos, sem infraestrutura e sem cumprimento às leis de zoneamento e ocupação, foram removidas por ação legal após denúncia encaminhada ao Ministério Público. Mas de forma criminosa já haviam danificado o locar com a completa supressão de mata ciliar e árvores nativas que protegiam o curso d'água.

Escola, alunos e comunidade envolvida
     Agora com a iniciativa da Escola Básica Municipal Manoel Antônio de Freitas, através de projeto ambiental desenvolvido para a Conferência Juvenil do Meio Ambiente e apoio da ONG Viagem Família, foi elaborado um replantio e reflorestamento de parte da área degradada. Sob a coordenação dos professores Marianne Kollarz Junghans e Alessandro Fiorin Konageski e apoio de alunos, professores e comunidade foram plantadas dezenas de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica e algumas doações da comunidade. Entre algumas das espécies plantadas cito a Aroiera (Schinus lentiscifolius), Araçá (Psidium cattleyanum), Pitanga (Eugenia uniflora), Urucum ( Bisca orellana), Caroba ( Jacaranda cuspidifolia), Pata-de-Vaca ( Bouhinia forficata), Guanandi ou Jacareúba ( Calophyllum brasiliensis) e até belos exemplares de Plátanos entre outras espécies. Logo mais uma ação de florestamento será executada. Aguardando apenas a roçada da área e recebimento das novas mudas.


     O fato de que o Projeto Replantando Vida, desenvolvido pela Escola Manoel Antônio de Freitas e oficialmente apresentado pela aluna Stela Isoppo Padilha como Delegada Juvenil do Meio Ambiente ter sido escolhido para representar o estado de Santa Catarina na Conferência Nacional já demonstra a sua importância. O estado e o país necessitam com urgência de ações emergenciais de recuperação ambiental. A retirada de cobertura vegetal original, a supressão de matas ciliares, o corte indiscriminado de árvores, a devastação dos biomas naturais substituídos por pastagens ou plantações e o desrespeito às leis ambientais está colocando o Brasil na lista dos países menos zelosos com seu meio-ambiente no mundo.


     Na nossa cidade de Barra Velha vemos inclusive órgãos da Prefeitura Municipal cortando árvores com a suposta anuência do órgão ambiental municipal. Não existe nenhum projeto municipal de reflorestamento urbano com mata nativa ou pomares. Os únicos projetos de reflorestamento existentes nos arredores contemplam apenas espécies exóticas como Pinus e Eucaliptus, conhecidos como desertos verdes!
     A urgente necessidade de uma cidade manter e aumentar sua cobertura vegetal nativa é primordial para privilegiar a qualidade de vida. ´Pesquisas indicam que uma árvore nativa de médio porte com aproximadamente 10 a 12 anos substitui o uso de um aparelho de ar condicionado na tarefa de refrescar o ar. Isso ainda não levando em consideração a economia de energia elétrica quando se substitui um ar condicionado por uma árvore. A sobra que ela proporciona, bem como eventuais frutos é mais uma vantagem agregada ao plantio de árvores em áreas urbanas.

Área degradada sendo recuperada
     A expansão urbanística descontrolada que deixa de lado áreas verdes que possibilitem sombras, ar puro e aumentando a oferta de água no subsolo tem se tornado um mau hábito das administrações públicas em geral.  Barra Velha não é diferente e em nome de uma suposta melhoria de vida, regiões frondosas com árvores têm sido sistematicamente devastadas para a construção civil.  Os resultados são calamitosos pois além de menos árvores para purificar o solo e o ar, ainda sobra esgoto que é lançado nos rios e afluentes que passaram a ser chamados de valetas!
     Toda e qualquer ação que priorize a verdadeira qualidade de vida e a preservação ambiental sempre será citada e elogiada publicamente.
     Parabéns a Escola Básica Municipal Manoel Antônio de Freitas, sua diretora, seus professores, alunos e todos os demais envolvidos nesse belo projeto ambiental, do qual também fazemos parte.  Agradecimentos a Epagri-Ricardo Grejianin pelo apoio técnico e ao meu xará Marcos Stein (47-98422-6058) pela doação do adubo orgânico que usamos no plantio das árvores. Que cada escola ou instituição ou pessoa faça igual ou melhor, e com certeza terá seu nome e ação divulgado e elogiado. Replantando Vida – Por Um Mundo Melhor!
    
Turma do bem Replantando Vida!

    

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