quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Tsunamis e Ondas Gigantes


As notícias que são publicadas ou informadas na mídia em geral sempre foram pautadas em busca do ineditismo e sensacionalismo de forma a atrair a atenção do grande público. Nada muito tímido ou acanhado chama a atenção do ser humano então dessa forma uma forma de canalizar olhos e ouvidos é aumentar um fato ou acontecimento.
Ocorrências e cataclismos naturais sempre aconteceram sobre a face da terra desde que se tem qualquer registro. É histórico e até bíblico que terremotos, atividade vulcânica, enchentes e alagamentos sempre estiveram presentes ao cotidiano de muitas pessoas ao redor do mundo. Mais recentemente incorporou-se a esse seleto grupo de fenômenos naturais um vocábulo até então estranho e desconhecido, o Tsunami.
A palavra Tsunami adaptada da língua japonesa “tsw nä mi” que literalmente significa  - tsw – porto, ancoradouro e – nä mi – onda ou mar começou a ser conhecida cada vez mais do lado ocidental do mundo. A grande incidência de Tsunamis na face mais ao oriente e especificamente em áreas circunvizinhas ao Oceano Pacífico tem sua explicação no fato de que naquela região a atividade vulcânica e terremotos são muito mais comuns do que na parcela ocidental do globo terrestre. É sabido que grandes movimentações de placas tectônicas e erupções vulcânicas intensas são os gatilhos deflagradores de possíveis ondas gigantes e Tsunamis.

O primeiro registro que se tem sobre um Tsunami é do ano de 1692 ocorrido em Port Royal na Jamaica tendo sua origem em um terremoto seguido por um maremoto (terremoto submarino) e destruiu 70% da cidade causando a morte de mais de 3.000 pessoas. O Tsunami mais famoso até 2004 foi o ocorrido na Ilha de Krakatoa na Indonésia em agosto de 1883 quando o Vulcão Krakatoa explodiu provocando ondas de até 40 metros de altura e causou a morte de mais de 36.000 pessoas. Seus efeitos foram sentidos em toda a terra por mais de 18 meses, pois marés foram afetadas em todos os oceanos e a poeira levantada pela explosão mudou as características do nascer e pôr do sol e queda da temperatura da superfície da terra.  Em 2004 também na Indonésia aconteceu o terremoto Sumatra-Andaman também intensamente divulgado na mídia e com intensidade de 9,3 na escala Richter deflagrou o Tsunami que atingiu 14 países e causou aproximadamente 230.000 mortos. Até países como a África do Sul, distante mais de 10.500 km foram atingidos e tiveram vítimas registradas! Este evento alterou o posicionamento do Polo Norte em aproximadamente 2,5 cm e alterou definitivamente e de forma sutil muitas características climáticas e geográficas ao redor do planeta. Em tempos mais recentes o fenômeno mais devastador e intensamente registrado e divulgado foi o ocorrido em 2011 na cidade de Fukushima na costa leste do Japão, quando atingiu a intensidade de 9,0 na escala de Richter que vai até 10,0!

Desde que começou a se tornar mais frequente a ocorrência de Tsunamis, já foram registradas 18 ocorrências significativas em todo o globo, dessa forma merecendo uma atenção e um cuidado específico com seus efeitos devastadores em regiões costeiras. A intensidade crescente de fenômenos geológicos e meteorológicos tem sido registrada nos últimos anos e a poucos dias um acontecimento denominado de Tsunami Meteorológico aconteceu no litoral sul de Santa Catarina, atingindo as cidades de Tubarão. Estes eventos apesar de assustadores e também devastadores são pontuais e podem ter seus efeitos minimizados quando se observa a formação de tempestades nas bordas litorâneas principalmente durante a primavera e o verão quando mudanças climáticas bruscas provocam esses fenômenos.

Interessante é saber distinguir Tsunamis de ondas gigantes pois os primeiros ocorrem esporadicamente em regiões onde normalmente as marés são ritmadas e tranquilas enquanto que ondas gigantes são habituais em diversos pontos do planeta como  as famosas Mavericks Na costa da California, Jaws no Hawai, Cortez Banks também na California, Waimea também no Hawai e Todos os Santos na costa Mexicana. Novamente chama a atenção o fato de que todas essas ondas gigantes acontecem nas bordas do Oceano Pacífico denotando uma natural predominância desses fenômenos no maior oceano do mundo. As ondas gigantes são o sonho e também pesadelo de muitos esportistas aficionados pelo surf que buscam desafiar as verdadeiras paredes de água que se apresentam. Todas as citadas apresentam ondas superiores a 15 metros de altura e as recordistas são as Mavericks chegando a 22 metros. Os Tsunamis não têm medidas definidas de tamanho de onda e como exemplo podemos citar o Tsunami de Fukushima com onda de 12 metros enquanto que os ocorridos na Indonésia superaram 30 metros de altura.

Impedir que esses eventos aconteçam é impossível, bem como prever a sua ocorrência. A prevenção e atenção aos sinais que a natureza envia antes dos acontecimentos sim tem extrema importância. Outro fato a ser levado em consideração são as alterações impactantes que o ser humano promove na superfície do planeta e abaixo dela quando realiza perfurações em busca de minerais, água ou outros recursos naturais.  A frequência e consequências causadas por fenômenos geológicos e meteorológicos são partes de algumas atitudes impensadas que executamos. Do resto a natureza é soberana.


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