domingo, 6 de janeiro de 2019

Coleta Seletiva de Lixo – Necessidade ou Faz de Conta?


   

   Lixo, sempre ele na pauta. Mas afinal qual a origem da palavra lixo?
Lixo vem do latim – “lix” = cinza, lixívia pois nos tempos antigos a maior parte do “lixo” dos tempos antigos era proveniente da fuligem e cinzas provenientes das fogueiras utilizadas no aquecimento e no preparo das comidas.
     Com o passar dos séculos e incremento da Revolução Industrial a produção do lixo aumentou também exponencialmente e de forma assustadora.
     Mas afinal o que pode ser considerado lixo? Lixo normalmente é algo inservível ou imprestável, mas esses conceitos podem não ser tão concretos dependendo do ponto de vista. Até a poucas décadas atrás, tudo que não servia mais ao seu propósito inicial era considerado lixo e jogado fora.  Hoje com o advento da reutilização e reciclagem o conceito de lixo mudou para resíduo sólido e a finalidade desse resíduo passou a ter uma importância muito diferente.
     Os Resíduos Sólidos segundo a Lei 12.305/2010 são classificados conforme seus graus de contaminação e degradação. Dessa forma a grande maioria dos “lixos” pode e deve ser depositado em locais adequados e reutilizado ou reciclado. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) muitas doenças, a maioria delas, podem ter origem na contaminação do ser humano por “lixos” de todo tipo.


     O mau hábito do ser humano de se desfazer do que não lhe serve mais criou um hábito ainda mais detestável, que é o de deixar lixo por todos os lugares por onde passa. Aterros sanitários e lixões lotados já não comportam mais a perpetuação de descarte de resíduos de forma irresponsável. Apesar de legislações bem específicas e bem elaboradas, o Brasil continua historicamente a desrespeitar tudo que já existe em termos legais para respeitar o ambiente onde vivemos.  O mais recente exemplo foi dado a pouco mais de 3 anos, quando o então Governo Federal por ação completamente inescrupulosa da Presidente em exercício, extinguiu a data limite para que os municípios obedecessem a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
     A PNRS determinava inicialmente que até agosto de 2014 todos os municípios deveriam ter implementado suas políticas municipais de coleta, tratamento e destinação final dos lixos em geral.  Com a conivência de um Governo Federal ruim, até hoje apenas um pouco mais da metade dos 5.570 municípios brasileiros implementou suas políticas regionais para resolver o problema do lixo. Deixo aqui bem claro que muitas outras cidades de outros países também continuam a depositar lixo de qualquer maneira em qualquer lugar. Mas em contrapartida existem países que com políticas públicas técnicas bem elaboradas estão no caminho certo, chegando a até comprar lixo para reprocessa-lo e transformá-lo em nova matéria prima.


     A Coleta Seletiva dos Resíduos Sólidos tornou-se imperativa! Não é mais possível aceitar governos municipais lenientes e criminosos que não cumprem a legislação apenas porque não existe uma data limite para que as normativas sejam cumpridas. O lixo acumula-se em todo canto e não é mais aceitável a “convivência” com os rejeitos que produzimos sem critério. Mudanças nas formas de fabricar produtos e embalagens devem acontecer urgentemente. Essas embalagens, na sua maioria descartáveis, são as maiores fontes de lixo no planeta. A reutilização de embalagens acabou sendo sepultada pela comodidade e preguiça. Até a poucos anos bebidas como cervejas, refrigerantes e até vinhos e destilados em geral eram reutilizados. Hoje são todas jogadas no lixo.


     Fica então a pergunta: Por que não existe coleta seletiva de lixo na nossa cidade? E nas cidades vizinhas? Por que não se transforma esse “lixo” em dinheiro?  Por que a empresa contratada para recolher o lixo da nossa cidade não faz a Coleta Seletiva? Nada se fala mais sobre a Logística Reversa. Afinal, você amigo leitor, sabe o que isso significa? Pois bem, Logística Reversa nada mais é do que responsabilizar o fabricante/vendedor de um produto, receber de volta a embalagem e/ou produto inservível e dar a essa embalagem ou produto a destinação final adequada, seja reutilizando-a ou reciclando-a. Esse simples ato eliminaria a quase totalidade do lixo não orgânico produzido.


     A responsabilidade sobre a Coleta Seletiva de lixo nos municípios poderia ser compartilhada com as indústrias e transformada em uma fonte de recursos e aumentar a oferta de postos de trabalho. Dessa forma muitas pessoas que hoje exercem o desgastante e insalubre trabalho de “catadores” poderiam exercer funções mais dignas e com melhor remuneração. Mas infelizmente nenhuma cidade da nossa região ainda cumpre a Lei deixando de oferecer opções ambientalmente saudáveis a moradores e trabalhadores. Caminhos existem, leis também. Falta apenas vontade política. Enquanto isso vivemos num mundo de faz de conta onde a população apatetada perpetua suas agressões ambientais achando que esse problema é de responsabilidade exclusiva dos governantes. Exija um mundo melhor. Seja cidadão. Faça o certo.
    

    
    


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