segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Tudo Sempre Igual nas Eleições

   
 Faltam poucos dias para que sejam realizadas mais uma vez as eleições no Brasil. Desta vez poderemos escolher candidatos a Assembleia Legislativa Estadual, Câmara Federal, Senado, Governador e Presidente. Podemos mesmo escolher com tranquilidade?

       Difícil num país como o nosso onde a Democracia ainda se arrasta e a livre expressão de pensamento anda sendo patrulhada e enxovalhada por profetas da política. A cada dois anos nosso país para, por quase seis meses para acompanhar um processo eleitoral que se desenrola de forma engessada e com pouca objetividade. O multipluripartidarismo não é mais uma escolha, mas uma confusão de siglas que poucos conhecem e que acaba servindo apenas para satisfazer egos e realizações pessoais e trampolins de negócios pouco recomendáveis.
        A população em geral já desencantou-se pela política, mais ainda a juventude que se apercebe de que o nome correto não é mais política mas virou sinônimo de continuísmo e emprego garantido. Os eternos nomes se sucedem religiosamente a cada quatro anos, acompanhados das mesmas promessas fúteis e vazias tornando o acompanhamento de campanhas uma atividade enfadonha e muito chata! Nada muda! A cada quadriênio a ladainha de mentirosas melhorias é empurrada goela abaixo do cidadão eleitor durante os abomináveis horários eleitorais no rádio e na televisão. Nem precisamos comentar o péssimo hábito de poluir as cidades e logradouros públicos com cartazes, cavaletes, painéis, muitas vezes fixados em locais impróprios incorrendo na ilegalidade!

        Para que mesmo se preocupar com a ilegalidade de alguns atos cometidos pelos candidatos durante as campanhas, se eles sabem que não terão punição adequada, muitas vezes esta sendo limitada a advertências ou multas irrisórias! Nada muda! Tudo igual como a dois ou quatro anos atrás! A população assiste a tudo inerte e aparvalhada compactuando com as palhaçadas e crimes cometidos por alguns postulantes a cargos eletivos, enquanto que outros literalmente ofendem nossos ouvidos com mentiras deslavadas que nunca serão cumpridas!

         Candidatos eternos não são boas opções! Se já tiveram a oportunidade de desenvolverem um trabalho anteriormente prometido e não o fizeram, com certeza jamais o farão. Tenho visto a perpetuação deste ou aquele candidato que depois de ceder esmolas para cidades e lugarejos que nunca visitou, agora usa estes propagandeados benefícios como se fossem dádivas divinas. Pior é mesmo o eleitor despolitizado e desinformado que acredita em balelas e em troca de possíveis cargos e vantagens pós eleições e vota reelegendo esses mercadores de ilusão chamados políticos profissionais.
           Quando será que poderemos mudar a cara da boa política pública se não mudamos a cara dos políticos eleitos? Uma receita de bolo usando sempre os mesmos ingredientes não vai produzir melhores e mais saborosos confeitados! Para mudar para melhor precisamos mudar os ingredientes também, buscando sempre melhor qualidade e rendimento. Mas para que isso aconteça o nosso querido Brasil com seus 26 Estados, 1 Distrito Federal, suas 5.570 cidades e mais de 200 milhões de moradores precisa ainda aprender muito. Aprender principalmente que não é o fisiologismo, o famoso "toma lá, dá cá" que vai fazer nossa pátria sair desse perigoso redemoinho ao qual estamos presos. Tudo sempre igual, nada muda enquanto a nossa atitude não mudar. Novas pessoas, novas caras, novas ideias, novas atitudes, isso sim traz alguma esperança. O resto é tudo igual!

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Semana da Pátria - Que Pátria?


Desde o começo da semana estamos vivendo a Semana da Pátria. Todos os anos durante esta semana acontecem exposições e apresentações e desfiles alusivos a pátria brasileira, pois no dia 7 de setembro comemora-se o aniversário da Proclamação da Independência do Brasil em relação ao então domínio de Portugal.
Estamos comemorando exatos 192 anos de independência neste ano, desde a data de 7 de setembro de 1822, quando D. Pedro I declarou o Brasil independente do domínio português às margens do famoso Riacho Ipiranga, localizado na cidade de São Paulo-SP. Neste dia comemoramos a nossa identidade como povo brasileiro e essa é a data que nos identifica como uma nação.
Célebre quadro de Pedro Américo retratando a declaração de Independência do Brasil
A grande maioria dos países comemora sua data de independência com demonstrações cívicas colorindo suas casa com bandeiras do seu país ou cores que representam esse país. No Brasil, as comemorações limitam-se a alguns desfiles de escolas e outras instituições, bem como das forças armadas e outros grupos paramilitares como Corpo de Bombeiros, Polícias e assemelhados.
Pouco se fala sobre a Independência do Brasil e menos ainda se demonstra o patriotismo pelo nosso país. Quase nenhuma casa ostenta a Bandeira Nacional contrapondo-se a grande demonstração patriótica que acontece durante uma Copa do Mundo de Futebol. Durante a Copa do Mundo, casas, carros e pessoas ostentavam roupas ou cores alusivas ao Brasil, inclusive com decoração de ruas inteiras e até bairros. Estátuas vestiram verde e amarelo e a iluminação de muitos monumentos e edifícios tinha como tema principal as cores da nossa bandeira.

O que aconteceu com nosso patriotismo?
Onde ficou aquela vontade de demonstrar o amor pelo Brasil? Ficou esquecido com a derrota num jogo de futebol? Damos então mais valor ao futebol que ao próprio país?
Um povo que não valoriza seu país certamente não gosta dele! Não vejo nenhuma demonstração de carinho e cuidado com o nosso país nas atitudes que o povo brasileiro tem realizado com o passar dos anos. Pouca valorização da vida, desrespeito com o local onde se vive, banalização de valores morais e cívicos, desconhecimento da história do passado e desconhecimento e desrespeito com os símbolos pátrios.
Só para se ter uma ideia, as escolas aqui na nossa cidade de Barra Velha não cantam o Hino Nacional durante a Semana da Pátria, que dirá nos outros dias do ano. Nenhuma escola ou instituição realiza ou realizou uma cerimônia alusiva a Independência do Brasil, limitando-se a escassas e acanhadas apresentações de algumas turmas isoladamente em algum canto.
Desfile de escolas em Barra Velha

Um país que não se respeita e não se ama não pode ter um futuro brilhante como almejamos. Um país onde seus cidadãos não sabem cantar o seu Hino Nacional não deve ter muitas esperanças num futuro promissor. O conhecimento e respeito para com os símbolos de uma nação é o primeiro passo para que o Brasil seja realmente um país de esperanças e boas realizações.
Limitar nosso patriotismo a berrar com plenos pulmões o hino pátrio antes de uma partida de futebol é deplorável! Mais deplorável é não ver nenhuma manifestação nas casas e veículos pelas ruas que lembre uma data tão importante para um país. Se não tivesse acontecido a tão falada Independência do Brasil, nem teríamos uma nação para festejar num jogo de futebol. Nossa timidez e destrato com o Brasil nos leva a valorizar mais uma medíocre participação num campeonato mundial do que nosso próprio país! Nosso patriotismo começa e acaba ao final de pouco mais de 90 minutos que dura um jogo de futebol, ao invés de sermos patriotas todos os dias dando e fazendo bons exemplos de cuidado com a nossa nação.

Desafio você meu amigo leitor a andar pelas ruas de nossas cidades e contar quantas bandeiras nacionais estão coladas em janelas de casas ou em frente delas, bem como em carros, lojas ou outro local qualquer. Desafio também você a fazer um auto exame de consciência e recordar quantas boas ações você fez para o teu país nos últimos anos. Isso sempre me lembra uma famosa frase dita pelo então presidente dos Estados Unidos, John Fitzgerald Kennedy: " Não pergunte o que teu país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer pelo teu país"!!
Amor pelo Brasil não se mede com belas palavras ou jogos esportivos. Mede-se com atitudes corretas, honestas e muito trabalho. Um país que não valoriza seu passado não terá um bom futuro! Ser patriota não é só ter uma bandeira em frente a sua casa. Mas já é um bom começo. Eu sempre tenho a minha e você?