terça-feira, 25 de setembro de 2018

Eleições e o Meio-Ambiente


    

    
   Em pouco menos de um mês todo o Brasil estará novamente passando por um processo eleitoral. Isso se repete a cada 2 anos dependendo se o pleito abrange apenas o âmbito municipal, regional ou toda a esfera federal.
     Dessa vez o Brasil escolherá seus representantes mais amplos, digamos com maior envergadura no território nacional, já que escolheremos desde os deputados estaduais até a presidência da república. Mas fica sempre um questionamento; O que movem as paixões pela escolha desse ou daquele candidato a cargo eletivo?
     Nas campanhas eleitorais dos candidatos o foco invariável dos temas debatidos gira em torno da economia e da própria política. Temas que servem apenas para subverter ou apenas encher os ouvidos dos eleitores indecisos como saúde, educação, segurança não mais seduzem o cidadão. O povo já cansado de eternas promessas já desconfia quando um candidato promete melhores escolas, creches, hospitais ou outra coisa assemelhada.

Corredor Ecológico sobre rodovia
         Agora nesse bolo todo um tema tão importante quase passa desapercebido. O tema ambiental é um dos espinhos encravados nos pés e nas gargantas de muitos candidatos e dessa forma é deixado de lado pelas polêmicas que com certeza vai causar. Poucos políticos têm conhecimento de causa em tratar do tema de forma clara e direta. Isso acontece, pois, a temática ambiental muitas vezes se confunde com as questões econômicas onde quem defende o Meio Ambiente é tratado como guerrilheiro ou extremista que é contra o desenvolvimento.
     Afinal, o que se entende por desenvolvimento? O que é desenvolvimento sustentável. O que significa sustentabilidade? Na maior parte dos discursos pré-eleições usar essas palavras servem apenas como propaganda demonstrativa para mostrar um candidato preparado para seguir em alguma política pública ambiental. Mas na verdade pouquíssimos candidatos ou mesmo nenhum deles se apresenta preparado para lidar com segurança sobre o tema. As paixões repousam mesmo sobre a velha e desgastada política partidária e sobre as tão conhecidas e já ineficientes políticas econômicas que conhecemos a muitas décadas.


     Só para esclarecer: Sem um Meio-Ambiente adequado nenhuma outra política vai prosperar de forma adequada. Entenda-se que Meio-Ambiente não é referência a aquela floresta lá longe no meio do Pará ou do Amazonas. Meio-Ambiente é todo o espaço que o homem ocupa, seja na cidade, no campo ou na floresta. As inúmeras e relegadas políticas públicas ambientais da atualidade estão afetando a todos os cidadãos nas cidades. Problemas respiratórios, alergias, doenças do aparelho digestório e questões médico-clínicas em geral tem muitas de suas causas na questão ambiental mal administrada. Pouco se vê sobre manutenção de fontes de água limpas. O partido “ X” ou “ Y “ é importante pois quer eleger o “ João da Silva”, mas esse tal “João” só vê suas demandas partidárias.
     Temas ambientais são esquecidos nos debates transmitidos pelas TVs. Nenhum candidato pergunta ao seu oponente sobre quais serão suas propostas e projetos para diminuir a poluição dos rios e do ar. Promete-se emprego e renda e se esquece de prometer a vida! Meio ambiente saudável é economia na saúde, na infraestrutura e nos gastos desnecessários e caros de tentativas malsucedidas em fingimentos que preservem o meio-ambiente. Não é por acaso que países como a Noruega, Suécia e Dinamarca possuem um padrão de vida elevado com escolas e hospitais de alto nível, atrelados à preservação ambiental.

     O turismo, hotelaria, gastronomia, entre outros ramos são altamente impactados quando o meio-ambiente não está adequado. As pessoas precisam de saúde e tranquilidade e isso só se consegue em ambientes saudáveis. Deixar a temática ambiental em segundo plano é demonstrar total despreparo para qualquer agente político. A destruição de ecossistemas leva a uma queda drástica na tão desejada qualidade de vida. Não é por acaso que em feriados, férias ou apenas finais de semana os destinos mais procurados por moradores das cidades sejam áreas com natureza e belezas naturais. O desenvolvimento pode e deve estar avançando junto com a manutenção e preservação ambiental.


     Se para as próximas eleições o seu candidato preferido ainda não apresentou nenhuma proposta que privilegie o Meio-Ambiente, ainda há tempo para você escolher outro candidato ou então pelo menos cobrar e exigir dele novas posturas ambientalmente corretas. Nós todos queremos um mundo melhor, seja para trabalhar e construir nossos sonhos, ou seja, para apenas viver a vida de forma saudável e contemplativa. Faça a sua parte agora! Escolha com sabedoria! Escolha alguém que cuide junto com você do nosso planeta!



terça-feira, 11 de setembro de 2018

Replantando Vida – Por Uma Cidade Melhor


     
Mudas de árvores nativas da Mata Atlântica sendo replantadas
     O tempo passa e o ser humano busca a cada dia mais espaços para ocupar. A densidade populacional aliada ao desejo de transformar a necessidade de moradias em negócio lucrativo as vezes cobra um preço alto demais.
     Muitas áreas urbanas já degradadas anteriormente são deixadas de lado por motivos que vão do pouco interesse paisagístico ou apenas pela preguiça e desinteresse. Nesse meio tempo a população busca de forma desenfreada um local para construir sua moradia. Mas na maior parte das vezes o local escolhido não é próprio para ser habitado nem mesmo legal e desobedece a legislação vigente. Áreas de encosta, perto do mar, ao lado do rio, numa baixada, todos locais impróprios ou de risco que acabam sendo ocupados seja pela ignorância ou seja pela cobiça. De qualquer forma locais errados a serem urbanizados e utilizados.
     A poucos anos uma região linear limítrofe ao Rio Itajuba no bairro de mesmo nome foi indevidamente ocupado por pessoas que se acharam no direito de invadir as margens do rio para construírem suas casas. Sem pagamento de impostos, sem infraestrutura e sem cumprimento às leis de zoneamento e ocupação, foram removidas por ação legal após denúncia encaminhada ao Ministério Público. Mas de forma criminosa já haviam danificado o locar com a completa supressão de mata ciliar e árvores nativas que protegiam o curso d'água.

Escola, alunos e comunidade envolvida
     Agora com a iniciativa da Escola Básica Municipal Manoel Antônio de Freitas, através de projeto ambiental desenvolvido para a Conferência Juvenil do Meio Ambiente e apoio da ONG Viagem Família, foi elaborado um replantio e reflorestamento de parte da área degradada. Sob a coordenação dos professores Marianne Kollarz Junghans e Alessandro Fiorin Konageski e apoio de alunos, professores e comunidade foram plantadas dezenas de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica e algumas doações da comunidade. Entre algumas das espécies plantadas cito a Aroiera (Schinus lentiscifolius), Araçá (Psidium cattleyanum), Pitanga (Eugenia uniflora), Urucum ( Bisca orellana), Caroba ( Jacaranda cuspidifolia), Pata-de-Vaca ( Bouhinia forficata), Guanandi ou Jacareúba ( Calophyllum brasiliensis) e até belos exemplares de Plátanos entre outras espécies. Logo mais uma ação de florestamento será executada. Aguardando apenas a roçada da área e recebimento das novas mudas.


     O fato de que o Projeto Replantando Vida, desenvolvido pela Escola Manoel Antônio de Freitas e oficialmente apresentado pela aluna Stela Isoppo Padilha como Delegada Juvenil do Meio Ambiente ter sido escolhido para representar o estado de Santa Catarina na Conferência Nacional já demonstra a sua importância. O estado e o país necessitam com urgência de ações emergenciais de recuperação ambiental. A retirada de cobertura vegetal original, a supressão de matas ciliares, o corte indiscriminado de árvores, a devastação dos biomas naturais substituídos por pastagens ou plantações e o desrespeito às leis ambientais está colocando o Brasil na lista dos países menos zelosos com seu meio-ambiente no mundo.


     Na nossa cidade de Barra Velha vemos inclusive órgãos da Prefeitura Municipal cortando árvores com a suposta anuência do órgão ambiental municipal. Não existe nenhum projeto municipal de reflorestamento urbano com mata nativa ou pomares. Os únicos projetos de reflorestamento existentes nos arredores contemplam apenas espécies exóticas como Pinus e Eucaliptus, conhecidos como desertos verdes!
     A urgente necessidade de uma cidade manter e aumentar sua cobertura vegetal nativa é primordial para privilegiar a qualidade de vida. ´Pesquisas indicam que uma árvore nativa de médio porte com aproximadamente 10 a 12 anos substitui o uso de um aparelho de ar condicionado na tarefa de refrescar o ar. Isso ainda não levando em consideração a economia de energia elétrica quando se substitui um ar condicionado por uma árvore. A sobra que ela proporciona, bem como eventuais frutos é mais uma vantagem agregada ao plantio de árvores em áreas urbanas.

Área degradada sendo recuperada
     A expansão urbanística descontrolada que deixa de lado áreas verdes que possibilitem sombras, ar puro e aumentando a oferta de água no subsolo tem se tornado um mau hábito das administrações públicas em geral.  Barra Velha não é diferente e em nome de uma suposta melhoria de vida, regiões frondosas com árvores têm sido sistematicamente devastadas para a construção civil.  Os resultados são calamitosos pois além de menos árvores para purificar o solo e o ar, ainda sobra esgoto que é lançado nos rios e afluentes que passaram a ser chamados de valetas!
     Toda e qualquer ação que priorize a verdadeira qualidade de vida e a preservação ambiental sempre será citada e elogiada publicamente.
     Parabéns a Escola Básica Municipal Manoel Antônio de Freitas, sua diretora, seus professores, alunos e todos os demais envolvidos nesse belo projeto ambiental, do qual também fazemos parte.  Agradecimentos a Epagri-Ricardo Grejianin pelo apoio técnico e ao meu xará Marcos Stein (47-98422-6058) pela doação do adubo orgânico que usamos no plantio das árvores. Que cada escola ou instituição ou pessoa faça igual ou melhor, e com certeza terá seu nome e ação divulgado e elogiado. Replantando Vida – Por Um Mundo Melhor!
    
Turma do bem Replantando Vida!

    

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Oceanos Sem Plásticos – Limpeza da Praia da Península em Barra Velha


     
     Desde que existe sobre a face da Terra, milênios atrás, o bicho homem criou alguns hábitos e costumes. Alimentar-se, vestir-se, proteger-se, construir um abrigo para se proteger das intempéries entre outros. Muitos indispensáveis a sua sobrevivência. Outros não tanto. Outros costumes mesmo não indispensáveis ou até mesmo desnecessários e perniciosos também foram fazendo parte da rotina diária do ser humano.
     A tecnologia, o conhecimento e inovação, criação e invenção de novos produtos e materiais de uso corriqueiro por melhor que fossem as intenções iniciais acabaram por produzir subprodutos indesejáveis. O uso e descarte de produtos gastos, feios, sem utilidade também virou um hábito entre a humanidade. E agora? O que fazer com tudo isso que não queremos mais, não nos serve ou apenas é sem utilidade? Vamos jogar tudo fora!


     Sim jogar fora. Onde? Sei lá, na valeta do outro lado da rua. No terreno abandonado logo ali na esquina. No lixo mesmo. Mais fácil jogar dentro do rio, já que a água vai levar embora onde eu não vejo mais né!! Quanta estupidez! Pesquisas mostram que qualquer pequeno pedaço de lixo como um copinho plástico ou uma bituca de cigarro, leva poucos dias para alcançar o mar. Sim, aquele papel de bala que o motorista (mautorista) arremessa para fora do seu carro quando viaja ou passeia pela cidade onde mora logo acabará dentro do oceano, levado pelas chuvas e ventos.
     Nossos oceanos já se transformaram em uma imensa lata de lixo que a cada dia fica mais cheia. O sintoma: Cada vez mais lixo aparece na costa e orla marinha. Mas esse lixo não é o mais grave. As pesquisas feitas pela ONG-Ocean Conservancy mostram que apenas 10 a 15 % do lixo aparece nas praias. Todo o resto afunda e fica dentro do mar, poluindo e destruindo irremediavelmente o ecossistema marinho que é muito frágil. De nada adianta a nefasta ideia de “esconder” o lixo jogando ele dentro da água. Ele vai continuar lá e de tempos em tempos o próprio oceano regurgita todo o lixo humano de volta para a terra!


     A poucos dias aconteceu mais uma ação ambiental cidadã promovida pela organização autointitulada Boca House. É um grupo de pessoas entre surfistas, ambientalistas e amigos que junto com a comunidade interessada promoveu mais uma limpeza de praia. Nesta ação que aconteceu na Praia da Península perto da foz do Rio Itapocu em Barra Velha, foi feito um mutirão de limpeza da orla (praia e vegetação de restinga) com vistas a quantificar e qualificar o lixo ali depositado. Pouco mais de 75 pessoas participaram da ação num espaço de aproximadamente 300 metros de praia a partir do molhe sul da foz do Rio Itapocu.
     Durante um curto período (duas horas) esses voluntários recolheram 25.787 itens de lixo em geral, com um volume de aproximadamente 45 sacos de lixo de 100 litros somados a outros itens volumosos avulsos.


     Outros itens coletados como 2 televisores, 5 embalagens de óleo lubrificante, 25 resíduos hospitalares e de saúde, 2 baterias, 2 embalagens de agrotóxicos e muitas lâmpadas incandescentes também foram alvo dessa coleta. O valor expressivo de itens recolhidos, mais de 25 mil ficou a cargo de pequenos plásticos como tampas de garrafas descartáveis, bitucas de cigarro (novamente elas), sapatos, chinelos, palitos de pirulitos, garrafas PET, infindáveis pedaços de isopor e plásticos em geral. Triste é mesmo saber que apenas uma pequena parcela desse lixo foi recolhida pois sob a areia e dentro do mar a quantidade a ser retirada seria impossível.
     Fica a pergunta: Limpamos a praia? Difícil responder. Milhares de microplásticos lá ficaram. Então porque fazer esse tipo de atitude? De forma a mobilizar e fazer uma mudança comportamental do ser humano.
     Fica claro que existem pessoas que estão interessadas em viver em um mundo melhor, enquanto a maioria prefere viver dentro do lixo mesmo! Outros posicionamentos também ficaram claros. A falta de envolvimento e compromisso ambiental dos órgãos governamentais municipais bem como a incapacidade da empresa concessionária da coleta de lixo em gerir o passivo ambiental recolhido. Soubemos pelos próprios garis da empresa Recicle (que nada recicla) que todo o lixo por nós recolhido e por eles transportado iria terminar sendo depositado no aterro sanitário da cidade de Brusque. (isso que todo lixo recolhido era reciclável e estava separado)


     Nota 10 para a Associação Boca House e seus participantes entre eles o Marcos, Paulo, Hermes (Gordo) Lino, Ezequiel e tantos outros impossíveis de serem citados. Nota 10 para os voluntários cidadãos que participaram nessa ação por um Oceano Sem Lixo, praia limpa e cidade limpa! Nota 0 (zero) para a Fundema de Barra Velha que nem se dignou a ajudar como apoiador e nem apareceu. (nota 10 para a Gabriela que apareceu como voluntária) Nota 1 (um) para a Recicle que só transporta o lixo recebe muito bem por isso e nada mais!
Continuaremos sempre por um mundo com menos lixo. Faça a sua parte!