Não passa mais um dia em que não
vejamos alguma reportagem na TV falando sobre a queda no nível das águas nos
reservatórios e hidrelétricas por todo país. O assunto já está ficando chato
não é mesmo? Será? Apesar da incômoda
repetição, qual a realidade por trás dessas notícias diárias e repetitivas
sobre o tema?
A verdade é uma só; Nosso planeta e
consequentemente nosso país está passando por mudanças climáticas extremas.
Isso é cíclico, segundo estudos científicos, e essas mudanças climáticas afetam
todo o ecossistema existente sobre a terra. Dessa forma precisamos entender que
tudo a que estávamos habituados será diferente daqui para frente. Seja a
incidência do sol sobre a superfície terrestre, a quantidade e qualidade das
chuvas que se precipitam, alterações de temperaturas, marés, enfim tudo que até
então acontecia dentro de certos parâmetros está se alterando. Essas alterações
nunca foram repentinas. Sempre aconteceram de forma suave e quase
imperceptível, o que em parte acelerou este processo foi a ação humano sobre o
ambiente onde vive, fazendo com que essas mudanças tenham seu processo
grandemente incrementados.
Vamos a questão das águas. Vai faltar
água ou não vai faltar água? Talvez a pergunta correta seja não se vai faltar,
mas quando ela vai faltar. Outra questão é saber se haverá água adequada para o
consumo humano, visto que a imensa maioria da água sobre a superfície ou sob
ela não é adequada ao consumo. Resta para toda a população mundial, atualmente
na casa dos 7,29 bilhões, uma quantidade
de água doce de apenas 2,7 % do total de água existente, e disso menos de 0,5 %
é potável e a disposição das populações para consumo! A água não está acabando! Nós é que estamos
acabando com ela! O enorme aumento na quantidade de pessoas no planeta e a
consequente degradação que essas pessoas causam nele faz com que os recursos
naturais fiquem cada vez mais escassos, e entre esses recursos está a água
potável.
O ser humano sempre tem o hábito de
procurar um motivo ou justificativa para encobrir suas ações erradas ou mesmo a
falta de qualquer atitude. Atualmente está na moda culpar a baixa quantidade de
chuvas. O maior problema sempre é e sempre foi o planejamento ou a falta dele, que só é lembrado quando um problema
já se instalou! Tentar antever e buscar soluções preventivas nunca foi
prioridade no nosso país. Dessa forma disseminou-se que o Brasil é um país
maravilhoso e bonito por natureza, mas que beleza, e esqueceu-se de que o uso
indiscriminado e sem planejamento das águas até então abundantes por aqui,
poderia no futuro causar problemas. Bem, o futuro já chegou e com ele todos os
problemas convenientemente esquecidos no passado. Agora governos completamente
aparvalhados inventam “soluções” mirabolantes como transposições de rios,
interligação de lagoas e represas, busca de água para abastecimento de lugares
cada vez mais longe, entre outras bobagens. Brincar com a natureza dessa forma
ainda trará consequências mais graves num futuro bem próximo.
Com tudo isso esqueceu-se de
priorizar o que existe de mais básico. Matas e florestas preservadas para
perpetuar as nascentes dos rios. Proibição de ocupação humana ao redor de
lagos, rios e cursos d’água. Planejamento urbano para evitar a degradação da
qualidade de vida com a expansão incontrolável das cidades e concentrações
urbanas. Bom senso e bons hábitos no uso de recurso natural como á água.
Enquanto países como o Chile e a Argentina controlam rigidamente o despejamento
de esgotos e resíduos nos seus cursos d’água, no Brasil a grande maioria deles
é uma verdadeira lixeira a céu aberto. O mais vergonhoso é ter exemplos como na
cidade de São Paulo, cortada por diversos rios como o Pinheiros, Tietê,
Ipiranga, Tamanduateí entre outros, estar passando por uma crise de
abastecimento de água. Pior ainda é saber que com a falta de água, logo haverá
falta de energia elétrica, pois novamente a falta de planejamento proporcionou
ao nosso país uma matriz energética baseada quase exclusivamente nas usinas hidrelétricas.
Hoje no nosso querido Brasil passamos
por uma situação que seria hilária se não fosse trágica. Pagamos uma das
maiores taxas do mundo pelo acesso a água potável tratada entre os ditos países
desenvolvidos e somos a 11ª maior taxa de energia elétrica paga no planeta.
Assim mesmo com inúmeros rios e valores abusivos estamos a beira de um colapso
no fornecimento dessas duas necessidades primordiais para o desenvolvimento e
sobrevivência.
Má gestão ou causas naturais? Fica a
pergunta no ar para que você amigo leitor tire suas próprias conclusões. De
qualquer forma, economize sempre. Ser racional no uso e consumo dessas
verdadeiras fontes de vida é imperativo!!
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