O ser humano com o passar dos tempos está sempre
criando e inovando com objetivos de facilitar a sua vida e de outras pessoas. A
isso damos o nome de conforto. Nos tempos antigos e pré-históricos a vida não
era fácil e dependia-se exclusivamente de algumas habilidades físicas para a
sobrevivência.
Hoje em dia depois de mutos séculos evolutivos
muitas das facilidades criadas pelo ser humano com claros objetivos de tornar a
vida mais confortável passam a serem supérfluas e até desagradáveis. A natureza
na sua sabedoria produz harmonia em todos os aspectos, e a questão sonora é uma
delas. Quem não se encanta com o canto dos pássaros, o suave marulhar das águas
de um rio batendo nas pedras ou então o som do vento passando entre as folhas
de uma árvore. Ouvir o som das ondas a quebrar na praia é para nós moradores do
litoral uma música.
Canos de escapamento de carros potentes,
caminhões e ônibus, indústrias com suas máquinas pesadas e sirenes, veículos de
bombeiros, polícia, alarmes de residências, cães latindo, fogos de artifício,
armas de fogo, obras com britadeiras e betoneiras rugindo, carros de som,
secador de cabelos, liquidificadores, enfim a lista de poluidores auditivos
ambientais é interminável. Na sua esmagadora maioria criados pelo ser humano
para suprir suas demandas. Será tudo isso mesmo necessário? Passamos a conviver
com problemas causados por artefatos que deveriam servir apenas para nossas
necessidades..
Quem nunca se incomodou com uma batida insistente
e atordoante de um carro que passa pela rua com som ensurdecedor, com seus
enormes e potentes auto-falantes e amplificadores? Tudo tem lugar certo e hora
certa para acontecer. Respeito é a palavra chave. Algumas pessoas até chamam de
música, mas a verdadeira música não precisa ser ouvida a volumes que afetem a
nossa saúde. Já está provado que os danos causados ao ouvido por pressão sonora
são cumulativos e irreversíveis.
Existem diversos danos causados a nossa saúde
provocados pela poluição sonora. O primeiro sintoma de que algo não está certo
é quando expostos a sons altos começamos a ter dores de cabeça (cefaleias). Outras consequências da poluição sonora sobre o nosso organismo é
o aumento de batimentos cardíacos com arritmias. Também acontece o aumento de
produção de sucos gástricos pelo estômago podendo levar a a gastrite e úlceras
estomacais. Também são conhecidos os sintomas de prisão de ventre pela perda do
ritmo dos intestinos, além de muitas outras agressões indiretas ao corpo
humano. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), cerca de 210
mil pessoas morrem todos os anos de infarto causado por som elevado. Insônia e
depressão também tem como uma de suas causas a exposição a ruídos muito
intensos.
Mas, esquecemos que os maiores danos são causados
ao Sistema Auditivo (ouvidos) e ao
Sistema Endócrino (glândulas).
Segundo pesquisas científicas, sons a partir de 45 dB (decibéis) já são
nocivos pois alteram a produção de cortisol e de corticosteróides causando
stress físico e emocional. Sons altos e estridentes afetam diretamente a
capacidade auditiva de serem humanos e animais, sendo cumulativos e acelerando
a atrofia auditiva que culmina com a surdez parcial ou total!
Para balizar e normatizar a produção sonora, no
Brasil foi regulamentada a Resolução CONAMA 001/90 que adota padrões da NBR 10.151 para avaliação em
áreas habitadas. A Resolução CONAMA 002/90 criou o Programa
Nacional de Educação e Controle da Popuição Sonora. A Norma NBR
10.152 estipula limites em decibéis para emissão sonora conforme o
local e o tempo de exposição ao ruído. Também a Lei 9503/97-Código Brasileiro de
Trânsito estabelece limites para a quantidade de ruído emitida por
veículos automotores. Desta forma fica claro que existem leis e normas para
proteger a saúde e a tranquilidade quanto a produção sonora. Basta termos o bom
senso e respeitar o silêncio sabendo que qualquer som recebido nos seus limites
extremos não faz bem à nossa saúde.
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