Não é de hoje que todos nós
presenciamos em muitas as cidades por onde passamos a falta de cuidado com que
é encarada a correta gestão do lixo produzido pelo ser humano. Apesar de todo tipo
de informação a disposição e muitas leis vigentes, vemos que o “bicho homem”
até agora não aprendeu como resolver um enorme problema que ele mesmo criou.
Somos os únicos seres que
conscientemente produzimos lixo de forma deliberada, mesmo sabendo que este
lixo irá nos prejudicar na nossa forma de viver. Talvez pelo fato do lixo que
produzimos seja repugnante e nos incomode muito, acabamos por simplesmente
ignorá-lo e jogá-lo em qualquer lugar fazendo com que ele passe quase despercebido
pelo simples fato de ele estar presente em todos os lugares por onde passamos.
O mau hábito de ver lixo em todos os lugares para onde olhamos cria dentro da
nossa percepção uma tolerância a aceitar isso como normal proporcionando ao
lixo uma (des)confortável integração a paisagem.
Já é público e notório que muitas
cidades não têm destinação adequada aos seus resíduos e Barra Velha não poderia
ficar de fora desse clube pouco recomendável. Como já foi divulgado por este
colunista, a nossa cidade possui diversos locais de depósito de resíduos e lixo
espalhados por aí, e nesta semana que passou quando estava no centro da cidade,
olho para o céu na direção sul e vejo uma imensa coluna de fumaça negra
subindo. Rapidamente sigo de carro guiando-me pelos espessos rolos de fumaça que
subiam contra um lindo céu azul de fim de tarde, e para minha surpresa, ao
chegar ao local da origem da tal fumaça, presencio cena chocante!
Pilhas de colchões, sofás, camas Box
velhas, placas de isopor (poliestireno expandido) misturado a todo tipo de lixo
queimando numa imensa fogueira a céu aberto num dos mais famosos e conhecidos
lixões da cidade. Ah, você vai dizer que não existem mais lixões! Sinto dizer
amigo leitor, existem sim e você com certeza já passou perto ou em frente de
alguns, mas nem se deu conta disso. Já publiquei matéria sobre isso no meu blog
(marcosjunghans.blogspot.com.br) onde denuncio alguns dos mais “famosos”! Nunca
vi fama mais ingrata para uma cidade que utiliza alguns espaços que poderiam
ser tão melhor aproveitados como lata de lixo! Este local do flagrante,
especificamente fica no Bairro Itajuba bem ao lado da Rua Cirino Antônio
Cabral, uma das entradas do bairro e da cidade, a poucos metros da BR 101.
Isso sim que é um belo cartão de
visitas para o município. Receber turistas, visitantes e moradores e simples
cidadãos que passam pela cidade, com lixo e imensas fogueiras queimando e
produzindo fétidas nuvens de fumaça preta e tóxica. Sim, altamente tóxica! A queima desses
produtos produz gás estireno e gás benzeno que são absorvidos pelo sistema
respiratório, digestivo e até pela pele causando rapidamente inconsciência e
morte e também danificando permanentemente olhos e mucosas. A espuma e o isopor
são materiais de difícil reciclagem, exigindo processos especiais e só podendo
ser reprocessados de forma individual e específica. Na natureza eles não de
decompõe, apenas se fragmentam em pedaços menores podendo ficar ali por décadas
e até séculos.
Todos nós podemos repensar nossas
atitudes quando da compra de produtos feitos com materiais ecologicamente
incorretos, substituindo-os por outros que possam ser reaproveitados,
reutilizados ou reciclados. O que não mais podemos assistir passivamente são
atitudes abomináveis como as que flagramos nas nossas cidades como comprovam as
fotos. Nada justifica mais ignorar as leis e principalmente o bom senso. Esconder
o lixo em aterros muitas vezes clandestinos e irregulares ou pior, queimar o
lixo simplesmente com o intuito de “fazer ele desaparecer” é ato imensurável de
ignorância. Cabe às autoridades devidamente empossadas cumprir e fazer cumprir
as leis ambientais do nosso país, e ao cidadão, ter a responsabilidade de ser o
cumpridor dessas mesmas leis que estão colocadas como benefícios para toda uma
sociedade. Não compactuar e repudiar com atitudes e denúncias atos criminosos
como estes não são apenas questão de bom senso é questão de sobrevivência!
Pouco mais tenho a acrescentar além
das imagens que registrei no local. Até quando vamos conviver com isso?
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