quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O Conto de Uma Cidade Triste

 
  Os dias passam, alguns rápidos outros mais devagar, assim como os meses e os anos de forma impiedosa na cidade.
      As pessoas vem e vão, todas com seus afazeres, suas responsabilidades, algumas maiores outras menores, mas sempre importantes.
      O tempo passa na minha cidade triste, que teima em parecer alegre e sorridente, principalmente quando sobre ela não se abate uma chuva forte, um vento instigante ou uma tempestade passageira. A alegria é passageira quando muitas pessoas alegres de outras cidades vem visitar a cidade triste. Mas logo ela volta a se entristecer. As tempestades acontecem de tempos em tempos na minha cidade triste. Elas são climáticas, emocionais e estruturais, mas de qualquer forma que sejam afetam a vida de todos. Alguns nem notam pois são alienados de tudo mesmo, percebendo apenas suas demandas pessoais, interiores e mesquinhas. Outros se comovem e condoem com as inúmeras tempestades que vão se repetindo com cada vez mais intensidade e gravidade na minha cidade triste.
       Esses condoídos logo se tornam empedernidos também, pois a tristeza que impera lentamente endurece a alma de todos tornando a cidade triste ainda mais abatida.
       Cidades também entristecem. Elas também se alegram. Existem cidades que começam tristes e com o passar dos anos ficam cada vez mais alegres. Outras ao inverso, começam alegres e sob o peso da rotina e apatia tornam-se taciturnas e melancólicas.
       Oportunidades são iguais para todas as cidades, sejam tristes ou alegres. O que muda uma cidade triste ou alegre são as pessoas. Pessoas são as cidades. Uma cidade sem pessoas não é cidade é uma construção!
        Triste de uma cidade triste que não aproveita as pessoas alegres que tem para torná-la alegre. A perpetuação da tristeza é uma opção, da mesma forma que a alegria.
         Tornar a tristeza de uma cidade indefinida pode ser sinal de alguma doença; quiça doença da alma pois quem é triste sempre quer esta tristeza como companhia.
         A alegria também é contagiosa mas para sobreviver precisa ser alimentada todos os dias, assim como uma linda flor no jardim.
         Como toda escolha a minha cidade triste está fazendo a sua, e eu, como muitos outros alegres, estamos cada vez mais longe da cidade triste. Não fisicamente, mas tristeza não combina com alegria e este deslocamento da alma nos impede de uma aproximação. Logo não haverá mais escolha entre a tristeza e alegria, pois o tempo corre célere avante. Qual é a tua escolha?  Eu já fiz a minha. Você quer uma cidade triste?

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