As notícias que são publicadas ou informadas na mídia em
geral sempre foram pautadas em busca do ineditismo e sensacionalismo de forma a
atrair a atenção do grande público. Nada muito tímido ou acanhado chama a
atenção do ser humano então dessa forma uma forma de canalizar olhos e ouvidos
é aumentar um fato ou acontecimento.
Ocorrências e cataclismos naturais sempre aconteceram sobre a
face da terra desde que se tem qualquer registro. É histórico e até bíblico que
terremotos, atividade vulcânica, enchentes e alagamentos sempre estiveram
presentes ao cotidiano de muitas pessoas ao redor do mundo. Mais recentemente
incorporou-se a esse seleto grupo de fenômenos naturais um vocábulo até então
estranho e desconhecido, o Tsunami.
A palavra Tsunami adaptada da língua japonesa “tsw nä mi” que
literalmente significa - tsw – porto, ancoradouro e – nä mi – onda ou mar começou a ser
conhecida cada vez mais do lado ocidental do mundo. A grande incidência de
Tsunamis na face mais ao oriente e especificamente em áreas circunvizinhas ao
Oceano Pacífico tem sua explicação no fato de que naquela região a atividade
vulcânica e terremotos são muito mais comuns do que na parcela ocidental do
globo terrestre. É sabido que grandes movimentações de placas tectônicas e
erupções vulcânicas intensas são os gatilhos deflagradores de possíveis ondas
gigantes e Tsunamis.
O primeiro registro que se tem sobre um Tsunami é do ano de
1692 ocorrido em Port Royal na Jamaica tendo sua origem em um terremoto seguido
por um maremoto (terremoto submarino) e destruiu 70% da cidade causando a morte
de mais de 3.000 pessoas. O Tsunami mais famoso até 2004 foi o ocorrido na Ilha
de Krakatoa na Indonésia em agosto de 1883 quando o Vulcão Krakatoa explodiu
provocando ondas de até 40 metros de altura e causou a morte de mais de 36.000
pessoas. Seus efeitos foram sentidos em toda a terra por mais de 18 meses, pois
marés foram afetadas em todos os oceanos e a poeira levantada pela explosão mudou
as características do nascer e pôr do sol e queda da temperatura da superfície
da terra. Em 2004 também na Indonésia
aconteceu o terremoto Sumatra-Andaman também intensamente divulgado na mídia e
com intensidade de 9,3 na escala Richter deflagrou o Tsunami que atingiu 14
países e causou aproximadamente 230.000 mortos. Até países como a África do
Sul, distante mais de 10.500 km foram atingidos e tiveram vítimas registradas! Este
evento alterou o posicionamento do Polo Norte em aproximadamente 2,5 cm e alterou
definitivamente e de forma sutil muitas características climáticas e
geográficas ao redor do planeta. Em tempos mais recentes o fenômeno mais
devastador e intensamente registrado e divulgado foi o ocorrido em 2011 na
cidade de Fukushima na costa leste do Japão, quando atingiu a intensidade de
9,0 na escala de Richter que vai até 10,0!
Desde que começou a se tornar mais frequente a ocorrência de
Tsunamis, já foram registradas 18 ocorrências significativas em todo o globo,
dessa forma merecendo uma atenção e um cuidado específico com seus efeitos
devastadores em regiões costeiras. A intensidade crescente de fenômenos
geológicos e meteorológicos tem sido registrada nos últimos anos e a poucos
dias um acontecimento denominado de Tsunami Meteorológico aconteceu no litoral
sul de Santa Catarina, atingindo as cidades de Tubarão. Estes eventos apesar de
assustadores e também devastadores são pontuais e podem ter seus efeitos
minimizados quando se observa a formação de tempestades nas bordas litorâneas
principalmente durante a primavera e o verão quando mudanças climáticas bruscas
provocam esses fenômenos.
Interessante é saber distinguir Tsunamis de ondas gigantes
pois os primeiros ocorrem esporadicamente em regiões onde normalmente as marés
são ritmadas e tranquilas enquanto que ondas gigantes são habituais em diversos
pontos do planeta como as famosas
Mavericks Na costa da California, Jaws no Hawai, Cortez Banks também na
California, Waimea também no Hawai e Todos os Santos na costa Mexicana.
Novamente chama a atenção o fato de que todas essas ondas gigantes acontecem
nas bordas do Oceano Pacífico denotando uma natural predominância desses
fenômenos no maior oceano do mundo. As ondas gigantes são o sonho e também
pesadelo de muitos esportistas aficionados pelo surf que buscam desafiar as
verdadeiras paredes de água que se apresentam. Todas as citadas apresentam
ondas superiores a 15 metros de altura e as recordistas são as Mavericks
chegando a 22 metros. Os Tsunamis não têm medidas definidas de tamanho de onda
e como exemplo podemos citar o Tsunami de Fukushima com onda de 12 metros
enquanto que os ocorridos na Indonésia superaram 30 metros de altura.
Impedir que esses eventos aconteçam é impossível, bem como
prever a sua ocorrência. A prevenção e atenção aos sinais que a natureza envia
antes dos acontecimentos sim tem extrema importância. Outro fato a ser levado
em consideração são as alterações impactantes que o ser humano promove na
superfície do planeta e abaixo dela quando realiza perfurações em busca de
minerais, água ou outros recursos naturais.
A frequência e consequências causadas por fenômenos geológicos e
meteorológicos são partes de algumas atitudes impensadas que executamos. Do
resto a natureza é soberana.
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