Nada mais atual do que procurar entender o que acontece sobre
nosso planeta e nosso país. Nos últimos
dias a gasolina, óleo diesel, GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), entre outros combustíveis,
mais uma vez viraram centro das atenções.
Não é a primeira vez que problemas e crises acontecem quando
o assunto é o petróleo. Quem não se lembra das décadas de 1970 e 1980 quando
imensas filas se formavam diante dos postos de combustíveis motivadas pela
falta ou altos preços dos derivados de petróleo. Agora, décadas depois, novamente paralisações, problemas, confrontos
e até agressões acontecem na disputa pelo “ouro negro”!
Mas afinal o que é o petróleo? A explicação científica mais aceita é que se
trata de um acumulado de restos de seres vivos, animais e vegetais, que ao
longo de milhões de anos foram se decompondo dando origem a essa massa escura e
viscosa tão disputada atualmente. Essa
matéria orgânica em decomposição foi sendo lentamente empurrada para as
profundezas onde condições elevadíssimas de temperatura, pressão e ausência de
oxigênio transformaram essa massa em um material confinado entre rochas. Este
material com decomposição muito lenta adquiriu características únicas seja pela
singularidade de sua localização ou de matéria da qual foi constituída.
O nome petróleo, do latim, significa “óleo entre as pedras”
(Petrus+óleum). E com o passar dos milênios foi sendo descoberto, transformado
e utilizado pelo ser humano em suas mais variadas formas. É um produto de
origem fóssil não renovável, sendo que muitas de suas reservas estão lentamente
se extinguindo pelo uso indiscriminado. As formas mais conhecidas de utilização
do petróleo é sua transformação em combustíveis para veículos, aeronaves,
trens, navios entre outras. Também material essencial para a fabricação de
plásticos, borrachas e seus assemelhados.
O querosene foi o primeiro subproduto comercialmente
utilizado do petróleo, em substituição ao óleo de baleia, largamente utilizado
para lampiões e iluminação pública. Logo
em seguida vieram a gasolina e óleo diesel já no século XIX. O primeiro poço de petróleo moderno foi
perfurado em 1846 no Azerbaijão, mas há registros que o célebre navegador Marco
Polo em 1270 já teria tido contato com esse material na cidade de
Bacu-Azerbaijão. Mas foi a partir do século XX que o petróleo teve uma explosão
no seu consumo principalmente como combustível de automóveis e caminhões.
No Brasil apenas em 1932 foi construída a primeira refinaria
na cidade de Uruguaiana-RS. O primeiro poço de petróleo foi descoberto no
bairro de Lobato na cidade de Salvador-BA, em 1939. Até então todo o petróleo
que o Brasil consumia vinha de outros países, entre eles o Chile. Não são todos os países do mundo que tem reservas
petrolíferas, e esse fato tem proporcionado muitas disputas e guerras pela sua
posse. Os preços são regulados internacionalmente por diversas agências, e com
o aumento do consumo e diminuição das reservas, a especulação financeira trata
de elevar preços com o simples objetivo de faturar mais dinheiro.
A queima de combustíveis fósseis como fonte energética produz
o Dióxido de Carbono, que junto com o Metano são os principais responsáveis pelo efeito estufa e
acidificação dos oceanos com a absorção deles pelas águas marinhas. Outro grave problema sobre o tema são os
possíveis vazamentos do produto durante sua extração, refino, transporte e
distribuição. Apesar de ser um produto de origem fóssil, a sua composição
química foi alterada e seus componentes são hidrocarbonetos que não são
solúveis em água, e com isso produzem os já conhecidos problemas quando de
algum acidente no seu manuseio.
O que fica padrão é o pouco interesse dos governos mundiais e
nacionais na eventual tentativa de buscar outras fontes de energia mais limpas
e renováveis que possam substituir o petróleo. Não é concebível que um país
como o Brasil produza ainda energia elétrica em usinas térmicas alimentadas com
petróleo. Na década de 1980 numa combalida tentativa de arrumar um substituto
para o petróleo utilizado em veículos, foi desenvolvido o PROÁLCOOL, programa
que pretendia incentivar e incrementar a substituição gradativa do uso da
gasolina e óleo diesel em veículos automotores.
Por razões que somente o povo e o governo brasileiro podem explicar esse
ótimo modal energético praticamente foi abandonado. Apesar de quase 80 % dos
veículos brasileiros serem atualmente fabricados com tecnologia flex
(consomem gasolina e etanol), a produção e comercialização do etanol/álcool não
conseguiria suprir a demanda apresentada, e também os preços praticados não
tornam a substituição da matriz energética viável e acessível.
Diversas conclusões podem ser tiradas dessa equação que se
apresenta na atualidade: A primeira e mais impactante é a incapacidade
repetitiva de governantes em estabelecer políticas públicas de planejamento
estratégico em longo prazo de forma a contornar definitivamente a questão dos
combustíveis fósseis. A segunda e não
menos importante é a questão financeira da cadeia produtiva. Questões
tributárias, mercantilistas, protecionistas e monopolistas carregadas de
suspeição pairam sobre os preços, produção e distribuição dessa fonte
energética tão necessária na atualidade.
Onerar populações imputando a elas a responsabilidade pelas
mazelas oriundas da utilização de combustíveis fósseis, seja a falta do
produto, seja o preço ou mesmo a poluição ambiental por ela causada, demonstra
o total desgoverno ao qual estamos presentemente expostos. Precisamos
urgentemente de governos, e que eles venham com efetivas políticas de estado
que atendam a sua população.
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