sábado, 14 de julho de 2018

Combustíveis Fósseis – Entenda Um Pouco Mais Sobre o Tema




Nada mais atual do que procurar entender o que acontece sobre nosso planeta e nosso país.  Nos últimos dias a gasolina, óleo diesel, GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), entre outros combustíveis, mais uma vez viraram centro das atenções.
Não é a primeira vez que problemas e crises acontecem quando o assunto é o petróleo. Quem não se lembra das décadas de 1970 e 1980 quando imensas filas se formavam diante dos postos de combustíveis motivadas pela falta ou altos preços dos derivados de petróleo. Agora, décadas depois,  novamente paralisações, problemas, confrontos e até agressões acontecem na disputa pelo “ouro negro”!
Mas afinal o que é o petróleo?  A explicação científica mais aceita é que se trata de um acumulado de restos de seres vivos, animais e vegetais, que ao longo de milhões de anos foram se decompondo dando origem a essa massa escura e viscosa tão disputada atualmente.  Essa matéria orgânica em decomposição foi sendo lentamente empurrada para as profundezas onde condições elevadíssimas de temperatura, pressão e ausência de oxigênio transformaram essa massa em um material confinado entre rochas. Este material com decomposição muito lenta adquiriu características únicas seja pela singularidade de sua localização ou de matéria da qual foi constituída.
O nome petróleo, do latim, significa “óleo entre as pedras” (Petrus+óleum). E com o passar dos milênios foi sendo descoberto, transformado e utilizado pelo ser humano em suas mais variadas formas. É um produto de origem fóssil não renovável, sendo que muitas de suas reservas estão lentamente se extinguindo pelo uso indiscriminado. As formas mais conhecidas de utilização do petróleo é sua transformação em combustíveis para veículos, aeronaves, trens, navios entre outras. Também material essencial para a fabricação de plásticos, borrachas e seus assemelhados.


O querosene foi o primeiro subproduto comercialmente utilizado do petróleo, em substituição ao óleo de baleia, largamente utilizado para lampiões e iluminação pública.  Logo em seguida vieram a gasolina e óleo diesel já no século XIX.  O primeiro poço de petróleo moderno foi perfurado em 1846 no Azerbaijão, mas há registros que o célebre navegador Marco Polo em 1270 já teria tido contato com esse material na cidade de Bacu-Azerbaijão. Mas foi a partir do século XX que o petróleo teve uma explosão no seu consumo principalmente como combustível de automóveis e caminhões.
No Brasil apenas em 1932 foi construída a primeira refinaria na cidade de Uruguaiana-RS. O primeiro poço de petróleo foi descoberto no bairro de Lobato na cidade de Salvador-BA, em 1939. Até então todo o petróleo que o Brasil consumia vinha de outros países, entre eles o Chile.  Não são todos os países do mundo que tem reservas petrolíferas, e esse fato tem proporcionado muitas disputas e guerras pela sua posse. Os preços são regulados internacionalmente por diversas agências, e com o aumento do consumo e diminuição das reservas, a especulação financeira trata de elevar preços com o simples objetivo de faturar mais dinheiro.
A queima de combustíveis fósseis como fonte energética produz o Dióxido de Carbono, que junto com o Metano são os principais  responsáveis pelo efeito estufa e acidificação dos oceanos com a absorção deles pelas águas marinhas.  Outro grave problema sobre o tema são os possíveis vazamentos do produto durante sua extração, refino, transporte e distribuição. Apesar de ser um produto de origem fóssil, a sua composição química foi alterada e seus componentes são hidrocarbonetos que não são solúveis em água, e com isso produzem os já conhecidos problemas quando de algum acidente no seu manuseio.


O que fica padrão é o pouco interesse dos governos mundiais e nacionais na eventual tentativa de buscar outras fontes de energia mais limpas e renováveis que possam substituir o petróleo. Não é concebível que um país como o Brasil produza ainda energia elétrica em usinas térmicas alimentadas com petróleo. Na década de 1980 numa combalida tentativa de arrumar um substituto para o petróleo utilizado em veículos, foi desenvolvido o PROÁLCOOL, programa que pretendia incentivar e incrementar a substituição gradativa do uso da gasolina e óleo diesel em veículos automotores.  Por razões que somente o povo e o governo brasileiro podem explicar esse ótimo modal energético praticamente foi abandonado. Apesar de quase 80 % dos veículos brasileiros serem atualmente fabricados com tecnologia flex (consomem gasolina e etanol), a produção e comercialização do etanol/álcool não conseguiria suprir a demanda apresentada, e também os preços praticados não tornam a substituição da matriz energética viável e acessível.


Diversas conclusões podem ser tiradas dessa equação que se apresenta na atualidade: A primeira e mais impactante é a incapacidade repetitiva de governantes em estabelecer políticas públicas de planejamento estratégico em longo prazo de forma a contornar definitivamente a questão dos combustíveis fósseis.  A segunda e não menos importante é a questão financeira da cadeia produtiva. Questões tributárias, mercantilistas, protecionistas e monopolistas carregadas de suspeição pairam sobre os preços, produção e distribuição dessa fonte energética tão necessária na atualidade.
Onerar populações imputando a elas a responsabilidade pelas mazelas oriundas da utilização de combustíveis fósseis, seja a falta do produto, seja o preço ou mesmo a poluição ambiental por ela causada, demonstra o total desgoverno ao qual estamos presentemente expostos. Precisamos urgentemente de governos, e que eles venham com efetivas políticas de estado que atendam a sua população.



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