quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Oceanos Sem Plásticos – Limpeza da Praia da Península em Barra Velha


     
     Desde que existe sobre a face da Terra, milênios atrás, o bicho homem criou alguns hábitos e costumes. Alimentar-se, vestir-se, proteger-se, construir um abrigo para se proteger das intempéries entre outros. Muitos indispensáveis a sua sobrevivência. Outros não tanto. Outros costumes mesmo não indispensáveis ou até mesmo desnecessários e perniciosos também foram fazendo parte da rotina diária do ser humano.
     A tecnologia, o conhecimento e inovação, criação e invenção de novos produtos e materiais de uso corriqueiro por melhor que fossem as intenções iniciais acabaram por produzir subprodutos indesejáveis. O uso e descarte de produtos gastos, feios, sem utilidade também virou um hábito entre a humanidade. E agora? O que fazer com tudo isso que não queremos mais, não nos serve ou apenas é sem utilidade? Vamos jogar tudo fora!


     Sim jogar fora. Onde? Sei lá, na valeta do outro lado da rua. No terreno abandonado logo ali na esquina. No lixo mesmo. Mais fácil jogar dentro do rio, já que a água vai levar embora onde eu não vejo mais né!! Quanta estupidez! Pesquisas mostram que qualquer pequeno pedaço de lixo como um copinho plástico ou uma bituca de cigarro, leva poucos dias para alcançar o mar. Sim, aquele papel de bala que o motorista (mautorista) arremessa para fora do seu carro quando viaja ou passeia pela cidade onde mora logo acabará dentro do oceano, levado pelas chuvas e ventos.
     Nossos oceanos já se transformaram em uma imensa lata de lixo que a cada dia fica mais cheia. O sintoma: Cada vez mais lixo aparece na costa e orla marinha. Mas esse lixo não é o mais grave. As pesquisas feitas pela ONG-Ocean Conservancy mostram que apenas 10 a 15 % do lixo aparece nas praias. Todo o resto afunda e fica dentro do mar, poluindo e destruindo irremediavelmente o ecossistema marinho que é muito frágil. De nada adianta a nefasta ideia de “esconder” o lixo jogando ele dentro da água. Ele vai continuar lá e de tempos em tempos o próprio oceano regurgita todo o lixo humano de volta para a terra!


     A poucos dias aconteceu mais uma ação ambiental cidadã promovida pela organização autointitulada Boca House. É um grupo de pessoas entre surfistas, ambientalistas e amigos que junto com a comunidade interessada promoveu mais uma limpeza de praia. Nesta ação que aconteceu na Praia da Península perto da foz do Rio Itapocu em Barra Velha, foi feito um mutirão de limpeza da orla (praia e vegetação de restinga) com vistas a quantificar e qualificar o lixo ali depositado. Pouco mais de 75 pessoas participaram da ação num espaço de aproximadamente 300 metros de praia a partir do molhe sul da foz do Rio Itapocu.
     Durante um curto período (duas horas) esses voluntários recolheram 25.787 itens de lixo em geral, com um volume de aproximadamente 45 sacos de lixo de 100 litros somados a outros itens volumosos avulsos.


     Outros itens coletados como 2 televisores, 5 embalagens de óleo lubrificante, 25 resíduos hospitalares e de saúde, 2 baterias, 2 embalagens de agrotóxicos e muitas lâmpadas incandescentes também foram alvo dessa coleta. O valor expressivo de itens recolhidos, mais de 25 mil ficou a cargo de pequenos plásticos como tampas de garrafas descartáveis, bitucas de cigarro (novamente elas), sapatos, chinelos, palitos de pirulitos, garrafas PET, infindáveis pedaços de isopor e plásticos em geral. Triste é mesmo saber que apenas uma pequena parcela desse lixo foi recolhida pois sob a areia e dentro do mar a quantidade a ser retirada seria impossível.
     Fica a pergunta: Limpamos a praia? Difícil responder. Milhares de microplásticos lá ficaram. Então porque fazer esse tipo de atitude? De forma a mobilizar e fazer uma mudança comportamental do ser humano.
     Fica claro que existem pessoas que estão interessadas em viver em um mundo melhor, enquanto a maioria prefere viver dentro do lixo mesmo! Outros posicionamentos também ficaram claros. A falta de envolvimento e compromisso ambiental dos órgãos governamentais municipais bem como a incapacidade da empresa concessionária da coleta de lixo em gerir o passivo ambiental recolhido. Soubemos pelos próprios garis da empresa Recicle (que nada recicla) que todo o lixo por nós recolhido e por eles transportado iria terminar sendo depositado no aterro sanitário da cidade de Brusque. (isso que todo lixo recolhido era reciclável e estava separado)


     Nota 10 para a Associação Boca House e seus participantes entre eles o Marcos, Paulo, Hermes (Gordo) Lino, Ezequiel e tantos outros impossíveis de serem citados. Nota 10 para os voluntários cidadãos que participaram nessa ação por um Oceano Sem Lixo, praia limpa e cidade limpa! Nota 0 (zero) para a Fundema de Barra Velha que nem se dignou a ajudar como apoiador e nem apareceu. (nota 10 para a Gabriela que apareceu como voluntária) Nota 1 (um) para a Recicle que só transporta o lixo recebe muito bem por isso e nada mais!
Continuaremos sempre por um mundo com menos lixo. Faça a sua parte!



Nenhum comentário:

Postar um comentário