Lixo, sempre ele na pauta. Mas afinal qual
a origem da palavra lixo?
Lixo vem do
latim – “lix” = cinza, lixívia pois
nos tempos antigos a maior parte do “lixo” dos tempos antigos era proveniente
da fuligem e cinzas provenientes das fogueiras utilizadas no aquecimento e no
preparo das comidas.
Com o passar dos séculos e incremento da
Revolução Industrial a produção do lixo aumentou também exponencialmente e de
forma assustadora.
Mas afinal o que pode ser considerado
lixo? Lixo normalmente é algo inservível ou imprestável, mas esses conceitos
podem não ser tão concretos dependendo do ponto de vista. Até a poucas décadas
atrás, tudo que não servia mais ao seu propósito inicial era considerado lixo e
jogado fora. Hoje com o advento da
reutilização e reciclagem o conceito de lixo mudou para resíduo sólido e a
finalidade desse resíduo passou a ter uma importância muito diferente.
Os Resíduos Sólidos segundo a Lei
12.305/2010 são classificados conforme seus graus de contaminação e degradação.
Dessa forma a grande maioria dos “lixos” pode e deve ser depositado em locais
adequados e reutilizado ou reciclado. Segundo a OMS (Organização Mundial de
Saúde) muitas doenças, a maioria delas, podem ter origem na contaminação do ser
humano por “lixos” de todo tipo.
O mau hábito do ser humano de se desfazer
do que não lhe serve mais criou um hábito ainda mais detestável, que é o de
deixar lixo por todos os lugares por onde passa. Aterros sanitários e lixões
lotados já não comportam mais a perpetuação de descarte de resíduos de forma
irresponsável. Apesar de legislações bem específicas e bem elaboradas, o Brasil
continua historicamente a desrespeitar tudo que já existe em termos legais para
respeitar o ambiente onde vivemos. O
mais recente exemplo foi dado a pouco mais de 3 anos, quando o então Governo
Federal por ação completamente inescrupulosa da Presidente em exercício,
extinguiu a data limite para que os municípios obedecessem a Política Nacional
de Resíduos Sólidos (PNRS).
A PNRS determinava inicialmente que até
agosto de 2014 todos os municípios deveriam ter implementado suas políticas municipais
de coleta, tratamento e destinação final dos lixos em geral. Com a conivência de um Governo Federal ruim,
até hoje apenas um pouco mais da metade dos 5.570 municípios brasileiros
implementou suas políticas regionais para resolver o problema do lixo. Deixo
aqui bem claro que muitas outras cidades de outros países também continuam a
depositar lixo de qualquer maneira em qualquer lugar. Mas em contrapartida
existem países que com políticas públicas técnicas bem elaboradas estão no
caminho certo, chegando a até comprar lixo para reprocessa-lo e transformá-lo
em nova matéria prima.
A Coleta Seletiva dos Resíduos Sólidos
tornou-se imperativa! Não é mais possível aceitar governos municipais lenientes
e criminosos que não cumprem a legislação apenas porque não existe uma data
limite para que as normativas sejam cumpridas. O lixo acumula-se em todo canto
e não é mais aceitável a “convivência” com os rejeitos que produzimos sem
critério. Mudanças nas formas de fabricar produtos e embalagens devem acontecer
urgentemente. Essas embalagens, na sua maioria descartáveis, são as maiores
fontes de lixo no planeta. A reutilização de embalagens acabou sendo sepultada
pela comodidade e preguiça. Até a poucos anos bebidas como cervejas,
refrigerantes e até vinhos e destilados em geral eram reutilizados. Hoje são
todas jogadas no lixo.
Fica então a pergunta: Por que não existe
coleta seletiva de lixo na nossa cidade? E nas cidades vizinhas? Por que não se
transforma esse “lixo” em dinheiro? Por
que a empresa contratada para recolher o lixo da nossa cidade não faz a Coleta
Seletiva? Nada se fala mais sobre a Logística Reversa. Afinal, você amigo
leitor, sabe o que isso significa? Pois bem, Logística Reversa nada mais é do
que responsabilizar o fabricante/vendedor de um produto, receber de volta a
embalagem e/ou produto inservível e dar a essa embalagem ou produto a
destinação final adequada, seja reutilizando-a ou reciclando-a. Esse simples
ato eliminaria a quase totalidade do lixo não orgânico produzido.
A responsabilidade sobre a Coleta Seletiva
de lixo nos municípios poderia ser compartilhada com as indústrias e
transformada em uma fonte de recursos e aumentar a oferta de postos de
trabalho. Dessa forma muitas pessoas que hoje exercem o desgastante e insalubre
trabalho de “catadores” poderiam exercer funções mais dignas e com melhor
remuneração. Mas infelizmente nenhuma cidade da nossa região ainda cumpre a Lei
deixando de oferecer opções ambientalmente saudáveis a moradores e
trabalhadores. Caminhos existem, leis também. Falta apenas vontade política.
Enquanto isso vivemos num mundo de faz de conta onde a população apatetada
perpetua suas agressões ambientais achando que esse problema é de
responsabilidade exclusiva dos governantes. Exija um mundo melhor. Seja
cidadão. Faça o certo.
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