Intempérie = Palavra com origem do
Latim formada por: in = negação/não + temperie =
temperatura> Temperatura anormal.
As intempéries hoje designam qualquer
anomalia em eventos climáticos que resultam em situações diferentes ou anômalas
ao cotidiano. Podem ser brandas médias ou severas. Uma intempérie pode se
transformar em tempestade ou permanecer apenas como uma mudança da situação de
normalidade então presente.
Tempestade, também do Latim; tempestate
= tormenta, agitação, sempre é uma manifestação natural acompanhada de
ventos fortes, trovoadas, relâmpagos e
muita chuva. Esses eventos naturais podem ser motivados e amplificados por
diversos fenômenos. Entre os mais
conhecidos podemos citar as alterações bruscas de temperatura, mudança de clima
ou estação do ano, alteração súbita do ritmo de marés ou interferências
ambientais diversas, sejam naturais ou causadas pela mão humana.
Já é sabido pela cultura popular que
quando chega a época do ano na mudança da estação de verão para outono e em
seguida para o inverno existem condições climáticas propícias para a ocorrência
de tempestades e intempéries mais acentuadas. Essas alterações ocorrem pela
mudança do eixo do Globo Terrestre onde com isso a incidência dos raios solares
altera drasticamente todas as condições de vida e eventos climáticos no
planeta. Sempre durante o resfriamento, ou seja, na passagem de verão para
inverno (calor > frio) os eventos climáticos e intempéries acontecem com
maior intensidade pelo simples motivo do rápido resfriamento de superfícies
localizadas sobre o globo.
Na passagem do inverno para o verão
(frio > calor) isso ocorre com menor intensidade quando a mudança de
temperatura acontece com menor velocidade permitindo o natural acomodamento das
massas de ar e água que influenciam no clima e nas estações do ano.
Tempestades sempre existiram desde
que a terra esteve em formação, e assim continua até hoje. Tem-se a impressão
de que com o passar dos anos os eventos climáticos naturais estão mais intensos
e isso sim é uma teoria bastante aceita nos meios científicos e segundo estudos
esses eventos são intensificados a cada início de nova era glacial. Segundo
esses mesmos estudos as Eras Glaciais variam de 10.000 a 60.000 anos podendo
ser de alta, média ou baixa intensidade. Ainda segundo estudos realizados no
Reino Unido a Terra deverá entrar em uma “mini-Era Glacial” a partir do ano de
2030 com alterações climáticas significativas a partir de 2022.
Todas essas alterações climáticas nos
interessam, pois com o gradual aumento da população sobre o planeta, áreas que
antes não eram habitadas, passaram a sofrer ocupação humana, que nem sempre é
precedida de corretos estudos de impactos ambientais. A concentração de habitações em áreas onde
antes havia apenas acidentes geológicos naturais começa a apresentar suas
problemáticas. Deslizamentos de grandes massas de terra e pedras, enchentes e
inundações, marés de ressaca e tsunamis agora gradualmente passam a fazer parte
do cotidiano de cidades que antes aparentemente estavam imunes a estes eventos.
Eventos dessa natureza sempre
existiram, mas sua intensificação e seus efeitos agora se repetem com uma
frequência e intensidade que passa a incomodar e produzir prejuízos. Como
exemplo podemos citar praias que anteriormente não sofriam a ação de marés mais
fortes, agora torna-se rotineira a existência das temidas ressacas. Cumpre
citar que as ressacas são sempre causadas em alto mar quando fortes rajadas de
vento gelado, trazidas por uma frente fria, sopram em direção ao litoral acumulando
grande quantidade de água que por sua vez é transformada em uma nova corrente
marítima. Dessa forma podemos afirmar que uma ressaca pode atingir
indistintamente qualquer lugar na costa, sofrendo apenas pequenos desvios pela
existência de correntes marítimas já conhecidas e pré-existentes.
O que fazer quando sob a influência
de intempéries, tempestades e eventos naturais como deslizamentos, ressacas,
inundações ou tsunamis? A resposta pode não soar muito confortável ou simplista,
porém a única verdade possível é o respeito e o entendimento para com a
natureza! Não basta culpar a natureza por ela simplesmente acontecer. É
imperativa uma atitude de resiliência, onde antes de simplesmente imputar
alguma culpa para a natureza precisamos enxergar onde e qual é o nosso papel na
ocupação de áreas de risco. A busca desmedida pela ocupação de áreas de elevada
beleza cênica nos leva a deixar de lado a prudência e o devido estudo do local
que pode não ser adequado ou recomendado para a ocupação humana.
Nesta última semana a cidade de Barra
Velha foi mais uma vez atingida por fortes ressacas localizadas. Desta vez o
fenômeno atingiu fortemente apenas a localidade na Praia de Pedras Brancas,
bairro de Itajuba. Azar? Fatalidade? NÃO!!
Como já citei anteriormente, qualquer fenômeno da natureza pode
acontecer em qualquer lugar. O que o ser humano precisa é urgentemente entender
a natureza em todas as suas manifestações e respeitar os espaços que não devem
sofrer interferência ou ocupação humana! Respeitar a natureza é criar
resiliência evitando ou minimizando eventuais problemas que possam ocorrer. Se
no caso recente da Praia das Pedras Brancas os sinais que a natureza tem dado
nos últimos anos fossem assimilados, hoje muitos prejuízos e tristeza poderiam
ser evitados.
Ainda não é tarde para começar. Que
todos façamos a nossa parte na convivência com a natureza porque ela sempre foi
e sempre será soberana!
Nenhum comentário:
Postar um comentário