Ave marinha encontrada morta pela ingestão de plásticos. |
O que ficou evidente nesses encontros frequentados por
acadêmicos, ONGs, cientistas e público interessado foi a repetição de um tema
que tanto incomoda. O lixo. Sim, o lixo virou sorrateiramente a “estrela”
indesejada das conversas e debates. Para depurar ainda mais um pouco a temática
chega-se ao protagonismo dos plásticos como ator principal nessa trágica peça
teatral chamada Poluição. Logo ele, o plástico que tantos benefícios e
aplicações úteis nos oferece, passa a ocupar o lugar de vilão sem deixar de ser
o “mocinho” nas nossas indústrias, casas e nas necessidades diárias.
Vivemos numa sociedade de consumismo descartável praticamente todo movido a plásticos. Alimentos, vestuário, bebidas, remédios, móveis e até automóveis e aviões. Tudo embalado ou acondicionado ou mesmo fabricado de plástico. O plástico é um material orgânico polimétrico sintético na forma macromolecular (molécula grande). É orgânico pois sua matéria prima principal provém do petróleo que em resumo nada mais é do que matéria orgânica decomposta submetida a milênios de processos que lhe deram a formatação, composição e aparência como conhecemos hoje.
Desde 1909, data da invenção do baquelite (tipo de plástico
duro e pouco maleável) ou 1930 quando foi criado o Nylon ou poliamida, a
cada dia descobrem-se mais utilidades e formatações com o uso de plásticos no
mundo. O problema é que quanto mais se produzem plásticos, mais resíduos desses
mesmos são também incrementados. Estima-se que a durabilidade de um plástico
fique em torno de 450 a 600 anos quando largados na natureza. A exposição dos
plásticos aos raios UVA e UVB do sol degradam os plásticos mas não os eliminam
completamente. Eles vão se desgastando e
degradando lentamente até voltarem a sua forma original, que são pequenas
bolinhas chamadas pellets. Esse é o chamado plástico
invisível!
Vejam com atenção as pequenas "bolinhas" (pellets) de plástico |
Só que não é invisível. Basta olhar com atenção nas bordas de
areia das praias que esses pequenos pellets lá estão aos milhões. Quase
despercebidos dos humanos e também aos animais marinhos, passam a serem
ingeridos por aves, peixes, crustáceos, tartarugas e mesmo mamíferos como
focas, leões marinhos, golfinhos e baleias, que sem saber acreditam tratar-se
de algum tipo de alimento. Segundo a ONG Biodiversidade, cerca de 100 milhões
de animais morrem anualmente pela ingestão de plásticos. Ainda não se sabe qual
é o grau de intoxicação dos animais como peixes que servem de alimento para o
ser humano. Sabe-se apenas que parte de alguns plásticos que são digeridos por
animais marinhos é depositado na carne desses animais que posteriormente serão
consumidos por humanos.
Da mesma forma, existe a ingestão de micro-plásticos por
galináceos, porcos e gado em geral, mas os resultados da acumulação dos
microscópicos resíduos nesses animais ainda é objeto de intensas pesquisas em
diversas partes do mundo. O que se tem de certeza é que todos, humanos, animais
e vegetais sofrem de forma silenciosa algum efeito pela exposição e ingestão de
micropartículas plásticas provenientes de detergentes, desodorantes, produtos
de limpeza e higiene em geral, sem levar em conta da ingestão concomitante com
os alimentos diários.
Mais que alarmismos, a realidade e gravidade da contaminação
dos solos e águas do planeta por plásticos são infinitamente maiores e de maior
complexidade do que a contaminação por esgotamentos sanitários ou por matérias
orgânicas. O que ocorre é a contaminação sorrateira e despercebida que o
microplástico produz, principalmente pela sua aparente inocência e completa
ausência de cheiro ou sabor conferindo a esse perigoso contaminante uma letalidade
silenciosa mas muito contundente.
Então com todo o problema apresentado afinal existem
soluções? Como poderemos viver sem o plástico? Num mundo tecnológico atual
seria muito difícil abdicar do uso do plástico, mas podemos tomar algumas
atitudes muito fáceis no dia-a-dia.
REDUZIR o consumismo e desperdício é uma das primeiras atitudes a serem
tomadas. Escolher produtos com embalagens retornáveis. Comprar e utilizar
plásticos polimétricos de melhor qualidade que possam ser reutilizados ou
indefinidamente reciclados. Nunca jogar fora plásticos nas ruas, rios ou
oceanos! Separar e encaminhar para a correta reciclagem é sinal de sabedoria e
respeito. Não existe “jogar fora” do nosso planeta! Qualquer resíduo que você
acha que jogou fora vai continuar aqui mesmo sobre o planeta terra.
Seja esperto, respeite o meio ambiente e NÃO SUJE O NOSSO
PLANETA!
Assista no You Tube o vídeo que produzimos na cidade de Barra Velha-Santa Catarina-Brasil Microplástico
“ O Lixo Invisível”.
https://www.youtube.com/watch?v=JebkpAaeLcI
https://www.youtube.com/watch?v=JebkpAaeLcI
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